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O mundo da Ch@p@

Adeus à Bloga

A.N, 27.10.05
A Bloga partiu para outras andanças; para outros campos de investigação, para outras divagações, para outro “spoty” aqui da esfera.
Ainda tem o lugar morno e já sinto falta das perguntas retóricas dela, da música indiana e fotografias da Billie.
Se foi por capricho ou por determinação, não sei...

Ela também não.
Fez uma promessa e quer cumpri-la!
Sim, porque ela pode ser muita coisa, mas incoerente é que ela não é.
O
Bloga chegou hoje ao fim, mas parece-me que vou continuar a espreitá-lo, na secreta esperança de que consiga escutar a sua ténue pulsação.
Até que um dia se converta, definitivamente, na célula pequenina que deu inicio a tudo isto.

Bloga, boas mudanças para o teu novo spoty!

Final do dia

A.N, 26.10.05
That´s it!
Juro que não respondo por mim se voltar a correr o risco de ser atropelada por um carro , cuja banda sonora é a GASOLINA.

Abro a discussão: haverá algo mais merdoso do que essa repetição monótona e esganiçada?

Alice

A.N, 26.10.05



O desaparecimento abrupto da criança;
O "antes" apenas eternamente congelado em fotografias;
A loucura e a impotência da mãe;
O desespero e obsessão do pai;
A solidão cinzenta, fria, individualista e apressada de Lisboa;
Os limites da expectativa e o cansaço da desilusão;
Cento e dois minutos que nos dão a sentir uma migalha do drama humano que embora vivido por alguns, se perde em panfletos e emails , na indiferença e na incompreensão dos demais.
Avisaram-me que o filme tinha pouca acção e que eram escassos os diálogos.
No entanto, que utilidade teriam as palavras neste filme ?
Para se despertarem certos sentimentos, as imagens e as expressões corporais bastam por si só.
E as palavras, neste caso, seriam sem dúvida supérfluas .

A recordar a universitária que fui

A.N, 24.10.05
Sempre achei que havia algo de deprimente nas residências universitárias de Lisboa.
Nunca as consegui encarar como um centro de diversão e de elevada concentração hormonal, como deveriam ser e, consequentemente, nunca invejei aqueles que aí se viam obrigados a residir.
Sempre me pareceram cinzentas, demasiado austeras e impessoais, cubículos de solidão e saudade da terra natal que se deixou para trás.
Todos os dias atravesso a minha antiga faculdade para chegar ao escritório, sendo confrontada, inevitavelmente, com a energia frenética e espampanante daqueles que ainda acreditam ter o mundo aos pés e todo o tempo possível e imaginário para desperdiçar.
Ao invés, os estudantes da residência parecem sempre sombrios, pesados, conscientes do passar “lento” do tempo e da vida mais confortável que teima em não chegar.
Má como as cobras, olho-os com algum alívio e sinto-me menos mal com a minha vida.Mais que não seja, porque nesses pequenos vislumbres , recordo os momentos menos bons da época estudantil que a memória fez questão de apagar e alegro-me por já não viver as dores de barriga dos exames, nem a permanente sensação de ter a carteira vazia!

Uma senha, por favor!

A.N, 17.10.05
Retomei o hábito de andar de transportes públicos, por franca necessidade ( o meu chaço ameaça morrer) e , em parte, por convicção.
Após anos de inércia mental e de genuíno pânico quando colocada perante uma qualquer situação que não implicasse locomoção em veículo próprio, eis-me a descobrir os prazeres e os inconvenientes de deslocar-me nos transportes públicos aqui da capital.
O tempo que perco a aguardar a chegada do metro ou do autocarro, não o recuperaria se estivesse no meu próprio carro, parada provavelmente entre algures e nenhures, no meio de gente histérica e igualmente desesperada por chegar ao seu destino a tempo e horas.
Os calos que ganho nas caminhadas e no bate pé da espera, são recompensados com o banho quente ao chegar a casa. Não só me amacia as palmas dos pés, como faz desaparecer as manchas negras das mãos, provenientes da poluição que se sente ( e, infelizmente , já se vê) na cidade.
Mas o mais importante foi ter descoberto , para meu grande espanto, que deslocar-me em manada com os restantes utilizadores do Metro e da Carris, me torna uma pessoa menos egocêntrica.
Ora veja-se: quando vou no meu bólide, a espumar de raiva em mais um engarrafamento na Rua da Escola Politécnica ou simplesmente estagnada nos semáforos das Amoreiras, zona assumidamente infernal desde o inicio das obras do túnel do Marquês, não páro de pensar em mim por um instante que seja.
Porque raio vim por aqui?
Que infeliz sou por ter que andar de carro?
Estou tão farta de estar aqui enfiada.
Odeio pessoas que não cedem passagem.
Quem me dera estar em casa, refastelada no sofá, a ver telenovelas de modo compulsivo.

Vou chegar atrasada outra vez!
Eu...eu...eu ..
Eu parada e histérica no trânsito, eu a desesperar no carro, eu farta da música da rádio, eu a apitar para o gajo da frente que adormeceu, eu a discutir com mais um taxista, eu preocupada com o preço da gasolina...
Percorrer o mesmo trajecto de autocarro ou metro faz-me parar de olhar para o meu umbigo e dedicar-me a uma tarefa muito mais interessante: o umbigo dos outros, os cabelos dos outros, os livros que os outros lêem, a especulação acerca das suas vidas, os seus possíveis destinos e hipotéticos pensamentos.
Resumindo a ideia: não apenas poupo uns trocos em gasolina, como não contribuo para a poluição do planeta e torno-me uma pessoa melhor, mais atenta aos outros e ao que me rodeia.

E tudo seria perfeito se os horários fossem cumpridos, se os condutores de autocarro não conduzissem como maníacos , se o metro à hora de ponta não fosse tão claustrofóbico e se os preços dos bilhetes fossem mais baratos.

Resistência pacífica da Chapa ( sem lenços brancos, por favor!)

A.N, 16.10.05


Em Alvalade todos parecem andar muito confusos.
Ora veja-se:
1) temos um treinador que julga ser jogador;
2) espectadores que julgam ser treinadores;
3) jogadores que julgam ser espectadores.
E , cá para nós, parece-me que o Dias da Cunha também atravessa tempos de alguma confusão.

Imagine-se lá que o homem, agora, até deu em dizer que é sportinguista.

Melhores dias virão, espero eu!
Até lá, sou apenas budista.

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