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O mundo da Ch@p@

Leitura da semana

A.N, 29.11.05
“Todo o ser humano, ao relacionar-se com outro, transforma-o, e , entre amantes, a transformação é muito mais profunda.”
“Com uma diferença, meu amigo: as transformações de um homem provocadas pela mulher que ama, ou vice-versa, estão implícitas no carácter do transformado, são possibilidade que a presença do amante suscita e realiza. Mas nem o sacrifício foi alguma vez uma possibilidade de Marianne, nem o crime o foi de Sonja. Don Juan criou os germes, semeou-os...”

Gonzalo Torrente Ballester in Don Juan.

Natural born killers

A.N, 28.11.05
Ameaça tornar-se um caso clínico.
Cada vez que entro nos centros comerciais, a bela da música natalícia desperta em mim instintos homicidas.
Será normal?
Ou simplesmente stress pré-natal?

Declaro aberta a discussão.
Caso ninguém partilhe este sentimento, considerem as questões como meramente retóricas!

Oficiosos e outros que tais

A.N, 28.11.05
Ainda a próposito da “crise na Justiça portuguesa” e as últimas considerações proferidas pelo nosso mui ilustre Ministro Alberto Costa, respeitantes às fracas defesas oficiosas, aproveito este humilde espaço de antena para relatar a minha última história caricata com um oficioso.
Há cerca de um mês e meio, recebi mais uma nomeação oficiosa.
Desta feita, um iluste sr. X, acusado de um crime de cheque sem provisão passado à Segurança Social.

(Diga-se de passagem, que estamos perante um montante minimamente razoável!)
Como boa cumpridora do dever de patrocínio que recai sobre a minha pessoa, apressei-me a escrever uma carta ao senhor X, a informá-lo da nomeação e a disponibilizar-me para uma reunião para preparação da sua defesa.
Para grande surpresa minha, o senhor X, ao contrário de praticamente todos os outros oficiosos, contactou-me para o escritório, mostrando-se ávido por resolver a situação extrajudicialmente, propondo-se a pagar os montantes em dívida até ao dia do julgamento, tendo em vista uma desistência de queixa por parte da ofendida, esse belo instituto que é a Segurança Social.
Propus-me então escrever uma carta ao mandatário da ofendida, propondo-lhe o pagamento faseado do montante em dívida.
Para que não restassem dúvidas, o senhor X deu-me o seu endereço electrónico e o combinado seria que uma vez pronta a dita carta, e ainda antes que esta seguisse para o mandatário da Seg. Social, eu enviar-lhe-ia uma minuta, para posterior avaliação da sua parte.
O email foi enviado no dia seguinte e os dias passavam sem que eu recebesse qualquer feedback por parte do senhor X.
Uma, duas, três semanas, até que, finalmente, depois de um mês ( e ainda sensibilizada com as palavras proferidas pelo Sr. Ministro), decidi não descurar os meus deveres de zelo e diligência e liguei ao Sr. X, cuja voz alegre denotava que algo na sua postura tinha mudado:


“Olá Dra.! Como está? Há quanto tempo...”
“Bem obrigada Sr. X. Olhe, de facto já não falamos há algum tempo. Aliás, eu enviei-lhe um email com a minuta da carta para a Seg. Social. Está recordado? O senhor recebeu-o, não?”
“Pois...pois... Eu, de facto, recebi um email seu. É simpático da sua parte telefonar...Mas sabe, eu estive a pensar. Agora as coisas andam-me a correr melhor...Financeiramente, percebe? Por isso, façamos assim: eu até ao Ano Novo tento endireitar a minha vida e aí logo vejo. Se der, pago. Senão desde já lhe digo que não estou muito preocupado: vou preso! Eu até nem me importo Dra. Imagina só, comida, cama e roupa lavada, com televisão e tudo. Não me parece mal!”

(silêncio e estupefacção)

Sr. Ministro, acha muito mal que neste caso concreto, eu me levante na sala de audiências e me limite a pedir justiça e a receber 178 euros?
Se achar conveniente, pode baixar-me os honorários que nada tenho a opor, mas por amor de Deus, não atribua o fracasso das defesas oficiosas ao desleixo dos advogados estagiários.

Sem ovos não se fazem omeletes.
Ou estarei errada?

Carlos Silvino está em liberdade após três anos de prisão preventiva

A.N, 25.11.05


O Governo aponta o dedo aos magistrados e aos advogados estagiários e respectivas defesas oficiosas.
Magistrados acusam o governo de não fazer nada pela Justiça, que segundo as palavras do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, atravessa momentos de profunda crise e de descrédito aos olhos da população.
A população, leiga face aos procedimentos judiciais e questões processuais, assiste mais uma vez a um caso excesso de prisão preventiva, justamente no caso mais mediático de sempre.
A culpa, como já se sabe, morre solteira.

Eu, se não trabalhasse na área, hoje juntar-me-ia aos milhares de portugueses indignados, que no café acusam o sistema de “estar comprado” e começam a ganhar a certeza de que a Justiça, mais do que cega, é essencialmente lenta e, como tal, quando feita pelas próprias mãos, é mais eficaz.
Para mim, hoje, o complicado é conseguir perceber o porquê da saída de Bibi( uma vez que uma grande parte do meu trabalho é dar uso às manobras dilatórias que a nossa lei penal permite!) e , ainda assim, colocando-me na pele de cidadã, ser incapaz de deixar de sentir-me perplexa e, de certa forma, angustiada com esta situação específica.
Quem sabe se um dia destes não vemos Carlos Silvino em directo de Copacabana, jurando a sua inocência ao sabor de uma água de côco?

The Freak Show

A.N, 23.11.05





O Público disponibilizou hoje o resultado da sondagem da Universidade Católica.
Segundo esta, Cavaco Silva obtém 57 por cento das intenções de voto, contra 17 por cento de Manuel Alegre e 16 por cento de Mário Soares.
Perante este cenário, os Queen parecem-me apropriados:
"Is this the world we´ve created? We made it all wrong..."

* A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 961 inquiridos é de 3,5%, com um nível de confiança de 95%.
( O mesmo já não se poderá dizer de Mário Soares, que ainda hoje, entre um abanico e uns bicos-de-papagaio anunciava ter 100% certeza de que voltaria a ser Presidente da República!)




Regresso à infância

A.N, 19.11.05


















... e ao vinil do "Brother in Arms" de capa azul turquesa, riscado pela agulha do gira-discos que eu insistia em manusear violentamente.
Recordando esses momentos de genuína felicidade, aqui fica o Romeo and Juliet.

Momento fútil da Chapa

A.N, 19.11.05


















Para uma mulher que se preze, chuva rima com compras!
E para ir nos dedicarmos a esta doce tarefa, convém ir confortável, com roupas e calçado simples que consigamos facilmente remover nas cabines de provas.

Mas, aparentemente, essa minha teoria está errada.
Afinal, de acordo com as modelitos com quem tive o prazer de me cruzar esta tarde, o truque é atacar as lojas vestida para matar.
Aparentemente , só eu sentia o frio a arrepiar-me a pele e a humidade a embaraçar-me o cabelo (o regresso do look Tina Turner!), já que essas deusas desfilavam semi-nuas pelos corredores da Bershka, quais predoras experientes e poderosas, com aquele bronzeado de 20 euros a sessão que cria o efeito do eterno verão e provoca a inveja das macilentas como eu.
O efeito foi devastador!
Além de me ter sido impossível acompanhar o ritmo delas e, inevitavelmente, ter ficado com as sobras da loja, não consegui evitar sentir-me um verdadeiro chouriço, a trapalhona de sábado à tarde que, sem paciência para disfarçar a palidez com o sun powder da moda, acabou por perder a confiança e a vontade para as compras.
Ao fim de tantos anos finalmente aprendi: a cada ataque de consumismo descontrolado, o truque está em ir directamente do sofá para o shopping, de preferência ainda com olhos pegajosos de sono.
Não se fica com as gavetas cheias de lixo, como a carteira agradece!


P.S Não percebo como é que estas barbies não sentem frio... Será que é realmente psicológico?

...

A.N, 18.11.05
Antes que comece a ter ideias de chamar Vanessa a um filha minha , resolvi, por bem, mudar a música deste desinspirado Mundo.
A sonhar com paisagens tropicais e temperaturas médias acima dos 25.ºC, deixo o ambiente em banho-maria com o "irmão" Armandinho.

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