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O mundo da Ch@p@

Momentos infelizes

A.N, 16.01.07



Na linha de racíocinio de Ratzinger, bispo de Bragança-Miranda procura o seu momento de glória e compara aborto à pena de morte, usando como termo de comparação o enforcamento do ex-Presidente iraquiano Saddam Hussein.
Perante tal analogia, surgem, com uma maior clarividência, os motivos que me levam a votar sim...

Ela a dar-lhe e a burra a fugir

A.N, 16.01.07




Ana Gomes, mais uma vez , volta à carga com a história dos voos secretos da CIA e lamenta que as responsabilidades de Durão Barroso não tenham sido apuradas.

E pensar que, há vinte anos atrás, chamávamos a atenção dos adultos ao dar pontapés nos outros meninos...

O ano na música

A.N, 13.01.07
Mundo da Chapa - Vol. III

No tomorrow – Orson

Golden touch – Razorlight

I see a different you – Koop

Qualquer coisa – Caetano Veloso

Sex Laws – Beck

Crash into me – Dave Matthews Band

In a little while – U2

You make it easy – Air

Heart of Glass – Nouvelle Vague

Personal Jesus – Johnny Cash

Volver – Estrella Morente

Bad – U2

Suddenly I see – KT Tunstall

Volcano – Damien Rice

Lloyd I´m ready to be heartbroken – Camera Obscura

Exhuming McCarthy – REM

Way beyond – Morcheeba

Fragile - Sting


Porque de melodias se alimenta a memória...

...

A.N, 09.01.07






Era um homem solitário, mas curiosamente não se sentia só.

Tinha tudo o que necessitava: as águas furtadas em Santa Catarina, mergulhadas na penumbra que os seus tectos esconsos forneciam, as antiguidades que coleccionava desde os dezoito anos, idade em que, pela primeira vez, explorara os antiquários de São Bento, os milhares de livros que, à falta de espaço, jaziam no chão, junto às janelas, à entrada, nos pés da cama, na cozinha e até na exígua casa-de-banho.

Em criança brincara sempre sózinho, alheio das travessuras dos irmãos que, perante a indiferença daquele pequeno ser, numa idade em que a lei do grupo impera, troçavam até à exaustão, enquanto lhe preparavam partidas cruéis à socapa dos pais.

Tudo suportou sem queixumes, sem denúncias, sem reacção.

A mãe, atenta e desesperada, recriminava-se por ter gerado tão estranha criança de olhar envelhecido.

Suspeitas de uma espécie de autismo foram levantadas, mas especialistas apressaram-se a afastá-las. Era uma criança silenciosa que provavelmente geraria um adolescente ruidoso.

Porém, contrariamente às expectativas, tal não sucedeu e ele foi-se desenvolvendo da mesma forma desprendida e solitária que o fizera até então.

Louvores choveram ao longo do seu percurso académico. No trabalho foi promovido sempre a um ritmo alucinante: o seu desempenho era brilhante, honesto, rápido.

Não participava nas conversas de café, não tirava pausas para fumar um cigarro, não perdia horas a navegar na internet.

Namoradas não se lhe conheceram. Aventuras também não.

À excepção de uma discussão com um alfarrabista que tentou vigarizá-lo, nunca se lhe conheceu qualquer ataque temperamental.

Regressava, religiosamente, a casa depois do trabalho.

Comia parcamente, ouvia Chopin e lia até altas horas da madrugada.

Por vezes, surpreendia-se a si próprio, questionando-se acerca do seu modo de vida, do seu isolamento, das suas rotinas inalteradas, pacíficas, mas simultaneamente doentias.

Todavia, rápido se desvaneciam as suas dúvidas existenciais, ao constatar que jamais conhecera outro modo de vida.

Tranquilamente, olhava o Tejo ao fundo e fechava o livro em mãos. Sorria, não com felicidade , mas conformado.

Nascera já tendo vivido, pelo que agora se dava ao luxo de simplesmente contemplar.

Oitentas

A.N, 05.01.07


Começou pelos cabelos: escortinhados, franjas curtas, cortes quadrados a lembrar o Paulo Futre dos velhos tempos.
Posteriormente chegaram os All Star, as bolinhas coloridas e as t-shirts deslavadas e compridas que deixam ombros à mostra e as ancas cobertas.
O regresso dos 80´s afirmou-se, uma vez mais, deitando por terra os argumentos dos mais relutantes em aceitar qualquer beleza nesse estilo controverso que, há 20 anos atrás, levou gerações a pintar os cabelos de cor-de-rosa e a encher estádios de futebol, não para uma “peladinha” de 22 machos e um esférico, mas para ouvir músicas que, tal como as roupas ou cabelos, marcaram uma época.
Nascida nos oitenta, cedo a minha posição àqueles que se vangloriam pelo facto de recordarem esses dias e por terem conhecido o Bananas ou os primórdios do Tokyo.
Porém, recordo, não com saudade mas entre risadas, os tempos de infantário em que os Europe eram tópico de conversa de miúdos ranhosos de quatro anos que, pese embora mal balbuciassem um português correcto, conheciam de cor o refrão da “Final Countdown”.
Relembro, ainda, as colecções de folhas perfumadas, as horas de almoço na companhia do “Agora Escolha”, o loiro George Michael e os seus “WHAM” a entrar pela casa através da aparelhagem gigante da sala, as pulseiras florescentes, a “Bota Botilde” e a “Lambada” a aquecer as festas de garagem.
Clássicos eram ainda os néons rosa das lojas chamadas “Pink” ou “Kiss” que faziam as delícias das compras, num tempo em que centros comerciais não existiam e ainda se faziam compras na Rua Augusta.
Anos volvidos, combino um almoço numa recém-descoberta em Santos. Páteo lisboeta, soalheiro, rasgos de modernidade a espreitar e a fazer renascer uma zona moribunda de Lisboa.
Os néons já não se vêem. Mas o regresso aos neologismos é inegável. Os “Páteos das Cantigas” deram lugares aos “Lounges in” ou “Slow Food Restaurants”.
Não temos empresas de recrutamento, temos “head hunters”.
Não se propõem acções, mas dão-se início a “due diligences” que matam de desespero os estagiários que a isso se dedicam.
Uma casa não é confortável, mas sim “cozy”.
As tostas contêm “chévre” e rúcula, ao contrário do chouriço assado que fica guardado para as noites de Santo António.
Não temos néons, é verdade, mas temos os corsários, os cabelos escadeados, os All Start e os batôs encarnados a condizer com os sapatos de verniz.
Até à data, nada a censurar! São os sinais do tempo que, finalmente, se fazem sentir em Lisboa.
Todavia fico confusa. Qual a diferença entre ir à Tasca da Mariquinhas e ao seu Lounge?
Para além do aspecto “ikea”, fico com a sensação que tudo passa por uma diferença de 1 euro a mais por café…
E pensar que os 80´s (ou “ochentero” como dizem os nossos irmãos do país vizinho), não eram sinónimo preços elevados, mas simplesmente sinónimo de piroso.

E assim começa mais um ano

A.N, 02.01.07
Sinopse:

O Papa Bento XVI considerou que o aborto, a experiência com embriões e a eutanásia são "atentados contra a paz";

A execução de Saddam Hussein,condenada pelos governos europeus e pelo Vaticano, foi fortemente aplaudida pelos Estados Unidos.
Ao que parece, George W. Bush, acredita que a morte do ditador vai ajudar a construir a democracia no Iraque ;

Segundo paparazzis de trazer por casa, Sócrates anda a banhos em Salvador da Bahia e dança um forró com Edite Estrela.

A propósito de Scarlett Johansson...

A.N, 02.01.07



Continuo sem perceber se é boa ou má actriz.
Tenho a sensação de que uma actriz , para ser valorizada e reconhecida, não precisa, necessariamente, de actuar bem.
Não precisa de ser uma boa actriz...só precisa de ser boa!


( Com estas reflexões sérias se começou o novo ano, sob o sol de Sesimbra)

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