Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O mundo da Ch@p@

"Rio das Flores", por Vasco Pulido Valente

A.N, 28.11.07
"Em cinquenta anos, não me lembro de encontrar um ódio tão inexplicável. Fiquei espantadíssimo e até, num encontro de acaso, lhe tentei falar, para o ouvir e, como lhe disse, para lhe poupar no interesse dele uns tantos disparates no Rio das Flores. Não quis.
Escrevo esta crítica sem prazer. Nada pior do que ler um livro mau, excepto escrever sobre um livro mau. Mas, como se compreende, não podia deixar que a brutalidade de Miguel Sousa Tavares chegasse para me calar."

Seguindo a lógica ancestral do "tudo o que é demais enjoa", mas não podendo formular qualquer juízo de valor acerca de uma obra que não li e que cujo teor, por enquanto, desconheço, parece-me importante que este Natal, alguém se lembre de oferecer ao VPV um cubo mágico.
Além de tal ser susceptível de lhe ocupar o pensamento durante uns bons meses, mantê-lo-á distanciado dos climas tropicais de Miguel Sousa Tavares e das alergias que estes, aparentemente, lhe provocam.

É que um destes dias, alguém distraído ainda pode confundir tamanho azedume com amor... e nós, viperinos, não gostaríamos que tal fosse verdade!


Ontem, na Aula Magna

A.N, 27.11.07

Contrariamente a algumas opiniões, o concerto de ontem não me soube a pouco.
Doente e tudo, Josh não desiludiu.

Talvez seja eu que com a idade me esteja a tornar menos exigente e já não me entristeça por não ouvir tocar ao vivo todas as músicas que a minha memória residual conseguiu assimilar.
Talvez a selecção musical deste ano tenha sido acertada.
Talvez a vontade de regressar às salas de espectáculos já fosse muita e o deslumbramento fosse inevitável.

A temporada do ano de 2007 , no que concerne a concertos, pode-se considerar encerrada.
E a julgar pela noite de ontem, com uma brilhante e ofuscante chave de ouro.

...

A.N, 25.11.07


"Na altura, adoptara a personagem inconscientemente, mas hoje reconhecia que a tinha moldado, aperfeiçoado e usado como subterfúgio para os seus maiores medos, para as suas ligeiras frustrações e, essencialmente, como desculpa para as imperfeições do seu feitio.

Assumir os princípios que criara para o desempenho de tal figura, era agora uma questão de orgulho, um exemplo de coerência e determinação, o que nem sempre a conduzia aos melhores resultados ou a levara a optar pelo melhor caminho.

Sem se dar conta, porém, as vidas dos que a rodeavam evoluíam, alheias aos horrores inconfessáveis que frágil personalidade desta não queria confrontar, alheias às recusas e às desconfianças que a personagem que ela adoptara transportava na bagagem.

Sob a máscara desta, fingia-se segura e até chegava a crer-se completa.

Com veemência, afirmava a natureza que julgava ter e negava ser capaz de a contrariar.

Esquecia, porém, que a peça já não era a mesma, que as falas haviam sido substituídas e os actores com quem, agora, contracenava deram outros que mereciam um tratamento diferente.

Hoje as suas deixas já não fazem sentido e caem por terra como as muralhas que um dia foi forçada a erguer.

Entre gargalhadas e vinho tinto, reconhecia que, em breve, chegaria o dia em que o disfarce seria abandonado, por dele já não carecer.

Até lá, porém, pisava o palco e agradecia os aplausos que a faziam acreditar que ainda se encontrava na ribalta."

O.S.T

A.N, 25.11.07
"Did you say spank the dj?"

Porque os momentos de inspiração surgem das pequenas insignificâncias e das gigantes ignorâncias!



"Panic", The Smiths

...

A.N, 25.11.07

E assim passou uma semana.

Sete dias sintetizados em duas convalescenças, longas horas de argumentação jurídica , um jantar catártico para o qual as personagens não apresentavam o vestuário mais adequado (e que ainda assim lhes valeu um voucher grátis para a noite estudantil à qual, com alguma saudade, já não pertencem) e , last but not the least, um grande concerto que há mais de uma semana que merecia um “post”.

Numa sexta feira gelada que não convidava a grandes passeios nocturnos, os Editors apresentaram-se no “enganoso” pavilhão do Belenenses que, surpreendentemente, quiçá pela sua modéstia e atmosfera estranhamente familiar, se tornou o palco ideal para um grande concerto que apanhou o público de surpresa.

Numa era em que a pressão sobre os artistas é incomensurável e estes deixaram de julgados pelas partituras das suas músicas (acessíveis a custo zero através dos downloads ilegais), sendo-o, essencialmente, pelas suas performances ao vivo, os Editors deram provas de que vieram para ficar e mostraram que nos dias de hoje ainda se faz música de qualidade.

Um ambiente vibrante, uma ligação intensa com um público conhecedor que não deu mostras de cansaço e uma selecção de música inteligente e energética.

No final, a satisfação de umas horas bem passadas e o Tejo a espreitar por detrás das balizas do pavilhão que, naquela noite, abdicou dos golos de futebol de salão pela música de Birmingham. E que bom que assim foi!

O eixo do Eu

A.N, 16.11.07

Eu. A primeira pessoa do singular.

Eu penso.

Eu posso.

Eu quero.

Eu gostava.

Eu tenho.

Eu tive.

Eu vou.

Eu estou.

Eu...eu...eu...eu...

Questiono-me: que sucede quando o "eu" não é assim tão interessante?

Win Win Situation

A.N, 15.11.07
Diz a sábia Wikipédia:

"In colloquial speech, a win-win situation often refers to situation where one benefits, not necessarily through someone else's loss.
Win-win-win is where both parties win, and the middle man wins as a successful negotiator. "

cof...
cof...

Novos prazeres

A.N, 13.11.07
O objectivo era simples: ler algo leve, de enfiada, recheado de acção, de monstros imaginários em cenários tropicais que ainda não conheço.

O que à partida parecia uma tarefa fácil transformou-se numa longa maratona de preguiça e desconcentração.

Porém, a persistência venceu e o livro "leve" deu lugar a um romance de suspense que jazia esquecido na secção dos livros por ler.


"Morte aos Feios" foi escrito por Boris Vian sob o pseudónimo de Vernon Sullivan e está a ser a minha iniciação (tardia, confessa-se) a este escritor.

Uma escrita corrida e simples que não se confunde com superficialidade, mas revela, ao invés, um imenso talento literário.

Os ingredientes são frugais: uma intriga cativante e descomplexada; observações cruas e despojadas de pretensiosismos desnecessários, a inteligência subtil que sobressaí nas entrelinhas e essencialmente naquilo que ficou por escrever.
Sobre a trama, nada há a acrescentar. Prolongando-me em descrições, revelaria, provavelmente, todo o mistério.
Fica, apenas, o conselho de leitura.
E a partilha de uma excelente descoberta!

A culpa é do Cavaco!

A.N, 13.11.07
Nunca percebi porque raio temos dois horários consoante a altura do ano.
Por um lado, não me serve de muito sair de casa com a luz do sol: a má disposição matinal é crónica.
Por outro lado, a escuridão dos finais de tarde diminuí a produtividade: às seis sentimo-nos como se fossem dez!

Pág. 1/2