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O mundo da Ch@p@

Noite passada

A.N, 30.12.08

 

 

 

 

 

 

São familia e tal como a biológica não as escolhi.

Não as vejo sempre, mas quando as revejo, meses depois, parece que foi ontem que as deixei.

Não existem meios ou fingimentos: são o que são e mais não se lhes exige.

São familia, eu adoro-as e a época é propicia a celebrá-las.

...

A.N, 30.12.08

 

Ela dizia-se cansada de esperar; cansada de especular, de sonhar, de alimentar expectativas de o ver, de ansiar desesperadamente por uma decisão. Drástica ou não, precisava dela e esta tinha que ser a seu favor.

Considerava-se exausta de procurar, de passar noites sózinha, de ser inevitavelmente colocada em situações de luta.

A amiga sorria complacente.

Se ao menos ela soubesse como é abençoada por ainda ser capaz de esperar...

 

Divagações da temporada

A.N, 18.12.08

Capítulo UM

 

Não sei se derivado à crise, ao pessimismo crónico ou à falta de optimismo, o reduzido número de blogues que visito diariamente, ao contrário do que sucedeu em épocas anteriores, finalmente apresenta textos que embora indirectamente relacionados com a época natalicia, se centram nos pequenos detalhes das Festas, abandonando definitivamente os lugares-comum da santidade dos desejos.

O presente vai, assim, para o sapatinho desses ilustres e inteligentes escritores, de sentido apurado e acutilante.


Capítulo DOIS

 

Gostaria que alguém me explicasse o porquê de todos nos desejarmos coisas impossíveis. Sendo um Natal um pesadelo logistico, com familias, presentes, crises emocionais e emoções intensas por gerir, não admira que insistamos em desejar-nos um feliz e santo Natal. Afinal, esta é a temporada dos desejos impossíveis, dos wishfull thinkings não sentidos e descrentes e a altura por excelência em que os votos de Paz e Felicidade se fazem ouvir.

Se calhar, desejamo-nos o inalcançável não apenas por preguiça, mas por cautela.

Afinal, lá diz o ditado que temos que ter cuidado com aquilo que pedimos.


Capítulo TRÊS

 

O milagre da multiplicação dos presentes e da divisão dos fundos: continua-me a pasmar, qual Pastorinha em Fátima, numa bela manhã de Maio.

 

Capítulo QUATRO

 

O mistério persiste: como é possível que desde meados dos 90 não  tenham sido criadas músicas novas  para correr com os WHAM e com a Mariah dos elevadores dos parques de estacionamento?

 

 

 

...

A.N, 11.12.08

Continuar doente, após superar as intermitências da morte, permite-nos ganhar consciência do inevitável torpor mental de um desocupado durante os dias úteis: a televisão adormece-nos, os vizinhos estão sempre apressados, o trânsito na rua denota uma azáfama que não nos é permitido sentir e as horas tornam-se iguais, encadeadas por pequenos momentos de ausência de lucidez, provocada pela acção dos analgésicos.

Por outro lado, nos momentos que antecedem tal fase de reflexão pós-traumática, ganhamos consciência do estado de suspensão em que se mergulha  durante o periodo de recobro.

A crise económica tornou-se irrelevante; o aniversário do ManOel de Oliveira já não nos inquieta (tão-pouco surte grande efeito pensar que o senhor dedicou o seu dia de aniversário ao trabalho, nem que o produto final deste nos poderá atingir, fatalmente,  em breve); o uso abusivo da desculpa da crise, pelas empresas rafeiras que escorraçam trabalhadores ao mesmo tempo que recorrem à ajuda estatal para alegadamente manter o seu nível normal de funcionamento já não nos consegue revoltar- é a vida!; por instantes,  a Angela Merkel parece elegante e o Sarkozy quase que nos surge altivo, no seu metro e setenta bem esgalhado.

 

A conclusão parece-me, pois, inevitável: a vida (ou a ausência dela), torna-se mais sustentável sob o efeito dos comprimidos.

Plágio

A.N, 07.12.08

 

"Há quem tenha uma freudiana necessidade de ser desrespeitado. Para satisfação dessa necessidade passa o tempo a desrespeitar os outros. Formular de forma mais simples: quem desrespeita os outros é porque necessita de ser desrespeitado. Procurar simplificar ainda mais."

 

 

Ou um típico dia de trabalho, nas palavras de Tomás Vasques, com as quais não posso deixar de me identificar.

Status update

A.N, 06.12.08

R. is no longer in a relationship.

I. is off to Barcelona.

D. is working during the weekend.

 

Num mundo de feeds, status updates, voyeurs autorizados, auto-marketing e revelações, justificar-se-á manter-se o diálogo e a proximidade?

Poderá defender-se a privacidade quando dispomos do direito de abdicar dela?

 

Se a vida dos outros está ao alcance de um clique, não poderá a nossa desenvolver-se , com menos incómodos, numa realidade virtual?

Pode ser alucinação

A.N, 02.12.08

 

 

...mas parece-me que o telejornal da RTP acabou de anunciar uma tentativa falhada de sequestro, pelos piratas da Somália, de um paquete norte-americano, ao som de um swing manhoso de uma má série dos anos 90.

 

Parece que a questão foi suscitada nas Nações Unidas.

Por cá, porém, começo a acreditar que o Bruce Willis e a Cybil Shepperd vão resolver a questão.

Coisas que nunca falham

A.N, 02.12.08

 

 

Obras na A2 em pleno Agosto;

Árvores de Natal em Novembro;

Obras na rua de Campolide, no ano em que a árvore de natal mais artificial da Europa se muda para o alto do Parque Eduardo VII.

 

 

Porque a época é de tradição, convém recordar e não trocar o bacalhau com grão, pelo inquestionavelmente mais saboroso bacalhau com natas.