Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O mundo da Ch@p@

...

A.N, 23.07.12

Eu gostava muito de pode actualizar este blogue. De estar activa, intelectual e fisicamente, de conseguir alocar energia ao final do dia ou ao princípio da manhã para escrever sobre tudo isto e muito mais, ter lucidez e rapidez de raciocínio para gozar, sarcástica e descaradamente, com as novidades deste disparate que por vezes somos nós, portuguesinhos.

Mas, infelizmente, nos dias que correm nao dá para tudo.

E se fosse escrever sobre aquilo que ultimamente me ocupa o pensamento, sobre as minhas mais recentes inquietudes e descobertas, fraquezas e perdições, correria o risco de ver este canto transformado num antro de partilha de dúvidas e ansiedades, o qual, apesar de poder contribuir em grande escala para a felicidade individual das participantes, pouco ou nada conseguiria acrescentar ao debate nacional e para o qual a minha inexperiência e alienação em nada me ajudariam.

 

Nos dias que correm e face aos recentes acontecimentos e escandaleiras, não sei dizer se o Relvas se devia demitir, se a certidão do Freeport foi bem ou mal extraída ou se os bombeiros de São Brás de Alportel foram ou não bem coordenados nas operações de extinção do fogo que assolou aquela zona algarvia. De igual modo, não consigo comentar o facto de no caso dos submarinos tenhamos corruptores activos condenados na Alemanha e uma ausência total de corrompidos em Portugal (neste último caso, vejo-me impedida de comentar não por falta de disponibilidade mental, mas por pura e simplesmente me envergonhar do fenómeno jurídico).

 

Assim, à falta de melhor e de uma clara tomada de posição crítica, resta dizer que está tudo bem.

Que em breve tudo mudará da mesma forma inesperada e turbulenta que uma manhã tudo mudou.

E que muito haveria para escrever se este fosse um babyblog. Paciência.

 

 

...

A.N, 11.07.12

O relato do périplo pela China foi interrompido por dias de intensa actividade: profissional, social, hormonal.

Um turbilhão de eventos torna as memórias dos dias em que percorremos Xangai algo turvas, desorganizadas. Ainda assim aqui fica um breve sumário do que fizemos naquela cidade que por momentos nos deixou confusos, com as suas semelhanças com qualquer cidade ocidental.

Desde sempre que ouvi falar de estrangeiros que decidiram emigrar para a China, as cidades que escolhiam como poiso, caso se tratassem de portugueses, seriam Macau e , no caso de emigrantes de quaisquer outras nacionalidades, a escolha recairia inevitalvemente sobre Hong Kong ou Xangai.

A explicação parece-me agora mais fácil de entender: não só se tratam de cidades com importantes portos marítimos, com uma forte componente empresarial e financeira, como adaptar-se a uma realidade não verdadeiramente chinesa agiliza o processo de adaptação daqueles que tentam criar um lar em território estrangeiro.

A arquitectura da maior parte dos edíficios das zonas nobres de Xangai não fica aquém, por um lado, daquela encontramos em metrópoles como Nova Iorque e Chicago, ao mesmo tempo que preservos magnificos exemplos da melhor arquitectua europeia que se fez no inicio do século XX.

Nas ruas proliferam carros e pessoas, comércio e actividades culturais e até o rio- Huangpu - parece sempre atarefado com as suas frenéticas e constantes procissões de embarcações. Já para não falar do Bund, local onde todos os caminhos da cidade vão dar.

Ainda assim, recantos existem onde se consegue relaxar: a concessão francesa e os seus pátios trendy, onde a tradição deixou de ser o que era quando os bêbados boémios e artistas cederam o seu lugar a designers e a restaurantes modernos e tranquilos onde sabe bem descansar depois das visitas que os guias turístiscos consideram obrigatórias; os restaurantes de luxo e as suas esplanadas magnificas com vistas soberbas sobre o Bund e serviço de mesa de rigorosa qualidade; os hutongs perdidos na selva competitiva da construção moderna desenfreada.

 

Xangai considera-se e vangloria-se de ser moderna, ocidental, aberta. E por momentos quase que acreditamos que a generalidade da sua população assim vive.

Mas momentos há em que crianças locais são-nos colocadas no colo, pelas respectivas mães e sem aviso prévio, quando contemplamos Pudong,  enquanto a restante familia nos circundeia, sem cerimónias ou qualquer réstea de pudor, para serem fotografados connosco, ocidentais de olhos amêndoados que apesar de tanta sofisticação continuam a ser vistos com enorme curiosidade.

 

Para viver, quem sabe Xangai.

Para conhecer, Pequim é incomparável.

...

A.N, 11.07.12

Bonito.

 

Três semanas sem actualizar o blogue e no cabeçalho do último post moribundo uma gralha ("hungy" em vez de "hungry").

 

De ora em diante há que assumi-lo: a vida nunca mais voltará a ser igual.