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O mundo da Ch@p@

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A.N, 26.11.12

A associação de estudantes da minha faculdade tornou-se "minha amiga " de facebook, se bem que há quase uma década que deixei de ser aluna daquela instituição.

Aparentemente, esta minha "amiga" tem andado envolvida em complexos debates políticos e lutas académicas, actividades essas que divulga sem pudor no facebook, através de textos de apelo à união e fotografias solenes.

A minha faculdade sempre foi uma faculdade de direita (curiosamente, sendo uma faculdade de direito, nunca foi uma faculdade de direitos!).

A faculdade do meu pai, também de direito, sempre primou por ser uma faculdade de esquerda (e claro, nunca uma faculdade de direitos).

 

Trinta anos separam a minha experiência universitária, da experiência do meu pai, esta última vivida em tempos conturbados e de grandes mudanças. Nos meus tempos, foram apenas conturbados os dias em que o Marco agrediu a Sónia na venda do Pinheiro, ilícito esse que petrificou os alunos do Bar de Direito que perante o choque nem se deram ao trabalho de qualificar juridicamente aquela acção.

 

Ao ver o albúm de fotografias da minha "amiga" associação de estudantes, ninguém diria que 30 anos passaram e que qualquer diferença ideológica ou partidária existe entre a minha faculdade e a do meu pai.

 

Os rapazes continuam barbudos, a usar camisolas com losangos e calças de bombazine, as raparigas continuam a ostentar péssimos penteados e inexistentes decotes e todos aparentam ser quinze anos mais velhos.

 

Fosse eu uma pessoa metediça e avisaria o presidente da associação que os albúns "daquela família" parecem saídos das gavetas do PCTP-MRPP.

Pep talk

A.N, 23.11.12

Barrigão de 9 meses e quase duas semanas arrasta-se num centro comercial.

Encontra uma conhecida, muito longínqua, com quem quase nunca trocou mais do que duas palavras.

Chamemos-lhe "Quase desconhecida", para facilitar a compreensão do contexto.

 

 

Quase desconhecida: "Então? Como é que está? Está tão grávida!!!Que amor!"

Barrigão: "É verdade! Mas estou óptima, obrigada."

Quase desconhecida: "Nada de dores? Isto no final custa, não?"

Barrigão: "Tudo perfeitamente tolerável. Sinto-me bem, mas confesso que já gostava que ele nascesse para libertar este peso que me faz caminhar como um pato".

Quase desconhecida sorri e remata: "Ui, então prepare-se. Mesmo depois do bebé nascer esse peso na barriga vai ficar e de certeza que por muito tempo."

 

Sorriso amarelo, um encolher de ombros tímido e um silêncio total.

 

Barrigão conclui que da próxima vez partilha uma maleita, ainda que fictícia.

Aparentemente o que a malta gosta é de uma boa história dramática.

E, como já cantava o outro, o que faz falta é animar a malta!

Novas descobertas

A.N, 23.11.12

 

 

 

 

Graças à Joana R., conheci ontem dois mundos fantásticos cheios de inspiração para pessoas "grávidas" de curiosidade e parcas em imaginação.

 

As Dicas da Madalena, que já me serviram de inspiração para as festividades do Natal e que são absolutamente espectaculares e o Stumbleupon, um site multifacetado que promete ser esventrado todas as manhãs, com o café.

 

 

 

A navegação frenética da internet dos últimos dias, também me deu a conhecer os Sticky Grams (aqui)  que se adivinham como o futuro vício do frigorifico cá de casa.

 

E pensar que um dia vivemos confinados às fronteiras terrestres, sem google nem facebook.

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A.N, 23.11.12

 

 

Ter tempo. Ter todo o tempo do mundo para alongar-me ao pequeno-almoço, deambular de pijama pela casa, perder horas na internet a descobrir sites maravilhosos, onde a imaginação de terceiros potencia a minha própria criatividade. Ter tempo para falar, pensar, estar. Este tempo precioso que só se valoriza quando nos é permitido tê-lo e gozá-lo, sem culpa, sem agenda, sem concessões.

E muitas vezes só se valoriza quando já o perdemos.

O que neste caso, pela primeira vez, não acontece.

 

 

 

 

Selva

A.N, 21.11.12

 

Deveria existir uma cadeira obrigatória transversal a todos os cursos superiores. Num ímpeto revivalista e saudosista dos tempos da terna infância, poderíamos designá-la de "Estudo do Meio" e determinar que o seu exame final fosse sobreviver, sem danos cerebrais permanentes, a um dia de espera, queixume, má formação cívica e falta de educação crónica no Centro de Saúde de Sete Rios.

E, não, não me refiro a qualquer falta de educação ou profissionalismo dos trabalhadores daquele Centro de Saúde, os quais, depois do que vi hoje, além de merecerem um 15.º mês, aprovariam, certamente, a cadeira de "Estudo do Meio" com 20 valores.

Os bebés do segundo semestre de 2012

A.N, 11.11.12

 

A casa enche-se.

O R., o F. e agora o S. já chegaram, depois de uma longa espera anunciada.

Até ao final do ano esperam-se mais dois, sendo que um deles (que por sinal é já o próximo), desde já se adivinha que  fará a alegria desta casa e mudará, para sempre, a rotina deste blogue.

 

Parabéns a todas.

 

E que não se pense que vamos parar por ai. No primeiro trimestre de 2013, chegará mais um!

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A.N, 11.11.12

O que que queria dizer (não fosse o sono, a lentidão intelectual e a presente falta de jeito para me expressar), a propósito da Isabel Jonet e do seu discurso que tanto celeuma tem causado neste micro-nano-nicho lusitano, é exactamente isto, sem tirar nem por.

 

E, por amor de Deus, calem-se de uma vez por todas com tanta indignação histérica e concentrem-se no essencial.

Nos tempos correntes

A.N, 11.11.12

 

 

Diz-se que já não é feio algumas casas terem "criadas", que se ajude os "pobres" e que se afirme que existem pessoas a passar "fome".

 

O que só demonstra que em tempos de dificuldade, até o eufemismo de esquerda cede perante a ameaça do colapso capitalista que tem vindo a suportar o ídilico Estado Social que infelizmente não se alimenta de ideais e expressões suavizantes.

Novembro

A.N, 03.11.12

Há uma inquestionável serenidade que advém do facto de nos abstrairmos das notícias da actualidade. A sério que uma vida sem inquietações e com alguma dose de ignorância se adivinha mais longa e, nem que fosse só por essa razão, vale a pena fazer um esforço por fechar os olhos e tapar os ouvidos por instantes aos queixumes dos telejornais e aos escândalos assinalados a bold nas capas dos jornais.

 

Existem, contudo, dias em que essa tranquilidade se vê ameaçada.

 

São dias em que o sol de manhã nos permite sair de casa sem chapéus ou casacos e a meio da tarde somos surpreendidos por fortissimos aguaceiros que não conseguimos evitar porque  os alertas amarelos, amplamente noticiados, não chegaram cá a casa.

São dias em que em vez dos cinco minutos habituais, demoramos mais vinte porque não estávamos a par de mais uma greve que paralisou os transportes de Lisboa.

 

São dias menos fáceis, mas que ninguém nos acuse de levarmos uma vida monótona ou sem surpresas.