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O mundo da Ch@p@

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A.N, 08.07.09

 

 

 

Acredito que tenha havido uma época, na qual viver consistia em simplesmente sobreviver.

Sobreviver à fome, às intempéries, aos mais fortes, ao inesperado, às doenças e fragilidades da condição humana.

Com a evolução da tecnologia e a sofisticação dos hábitos, ganhámos vicios, comodismos, atitudes narcisicas, exigências consumistas ou caprichos infundados de uma civilização que já não se contenta com apenas aquilo de que necessita.

Um dia, porém,tudo termina. Como um sopro, um calafrio, um rasgo de clarividência que deita tudo por terra. Porque somos humanos, porque falhamos, porque não fomos apenas nós que evoluímos.

Viajar até Ngonrongoro , se bem que não despojados de luxos e preconceitos, permitiu-nos levantar levemente o véu e fazer parar, por um instante, a espiral em que nos movemos diariamente e que não admite segunda volta, hesitações ou outras palavras.

O vento frio da altitude e do principio da manhã, a falsa calma da cratera, a selva que dá lugar à savana, o terno impala que se refugia junto ao lago de forma a evitar morte certa nas garras do felino.

O silêncio da paisagem (silêncio que apenas em África encontramos), cortado pelos jeeps lentos cansados de conhecer os trilhos, a tranquilidade dos olhares, a constatação da simplicidade da vida: afinal, para morrer, basta apenas estar vivo.