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O mundo da Ch@p@

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A.N, 13.02.10

Na minha família, à semelhança do que aparentemente sucede na familia de José António Saraiva, todos nós fomos habituados não só a pensar pela nossa própria cabeça, como a desenvolver e discutir ideias e opiniões fortes , as quais, sem pudor ou filtro, insistimos em partilhar.

Ao contrário dos meus pais, tive o privilégio de crescer numa época , em que em Portugal a censura há já alguns anos não existia e as palavras dissidentes da corrente geral já não configuravam ilícitos criminais. Assim, não é de estranhar que é em minha casa se celebre, com emoção, as recordações do dia 25 de Abril de 1974 e que a perplexidade nos assombre quando confrontados com famílias e realidades para quem esse evento tem um sabor amargo e causa vergonha.

Não obstante o número de juristas que compõem o meu núcleo familiar, a análise jurídica dos factos referentes ao caso Face Oculta, relatados ultimamente pelo jornal Sol, assumiu um lugar periférico nas nossas reuniões familiares (o que não nos impediu de suspirar perante a falta de preparação e conhecimentos jurídicos de Judite de Sousa na sua entrevista a Noronha Nascimento!).

Em minha casa optámos por limitar-nos a celebrar a existência de vozes que não se calam; de um jornal que não só defende, como pratica a liberdade de expressão prevista na nossa lei fundamental e que, ao contrário do que sucede com as nossas instâncias governativas, abraça a política do exemplo, mostrando-nos que o silêncio, o medo e a indiferença não são virtudes, mas defeitos com os quais uma sociedade esclarecida e optimista não pode compactuar.

Hoje é Sábado e a nossa tradição familiar impõe que se brinde. O meu copo ergo-o ao Sol e respectiva Direcção que independemente das críticas de que é alvo, me faz acreditar que um dia seremos um país verdadeiramente democrático,

 

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