Leitura de cabeceira
Nunca consegui dissociar Sissi da Áustria dos filmes protagonizados pela actriz Romy Schneider.
De igual modo, nunca consegui abandonar a imagem que os meus livros de infância me transmitiam da menina feliz que passava os dias a cavalgar pelos campos da Baviera, na companhia do seu pai Maximiliano e dos seus irmãozinhos, igualmente virtuosos e loirinhos.
Porém, o mito em que vivia sofreu, ontem à noite, um pequeno abalo.
Minutos antes de sucumbir ao cansaço do dia, fui transportada do imaginário infantil, alimento de fantasias e equívocos históricos, para um relato mais adulto*, onde descubro que a princesa mais bonita da Europa (recorde-se, com a cara e figurinha de Romy Schneider) era caprichosa, emocionalmente atrofiada e bissexual.
Confesso que ainda permaneço em choque.
Rejeito os factos históricos.
Fico-me pela Romy Schneider.
* "Valsa Inacabada" de Cathérine Clement