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O mundo da Ch@p@

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A.N, 01.02.05

Nos últimos dois dias viajei no tempo e regressei aos meus 11 anos.
Subitamente estava na sala de festas da escola, die fantastische Aula, rodeada das minhas estridentes amigas, a abanar frenéticamente o capacete ao som de Pixies e UB40, mas sempre atentas e à espera dos maravilhosos slows.
Pergunto-me se estes hoje ainda se ouvem e dançam ? Tenho a ligeira impressão que as festas de garagem foram substituídas por jantares no Mcdonalds e partidas de bowling ou paintball.
As minhas festas de garagem, tal como as minhas saudosas Tanzfests, foram momentos memoráveis, que marcaram os primeiros passos da entrada na adolescência.
E , como não pode deixar de ser , em todos os momentos memoráveis, há uma banda sonora igualmente memorável, que mais tarde , negamos, na idade parva dos 15 anos, e passamos a apelidá-la de pirosa.
Por pudor , julgo eu, ou talvez apenas por a música, tal como outras tantas coisas, naquela idade poder ser sinónimo de modernidade e aceitação por parte de um grupo.
Como a muita gente da minha geração, o Brian Adams foi um desses exemplos.
Recordo com uma felicidade imensa o dia em que a minha mãe me ofereceu a cassete do “Waking up the neighbours”, a primeira viagem de turma ao Luso onde essa mesma cassete tocava over and over e uma camioneta cheia de míudos estridentes cantava as músicas que sabia de cor, o “Everything I do” dançado a dez metros de distância do amigo desajeitado, que a muito custo me tinha convidado para dançar...
E depois neguei-o, durante anos recordava esses tempos, como aqueles em que era uma pirosita menina que achava o Brian o máximo.
E depois substituí-o por U2, sendo que mais tarde terminaram as festas de garagem e as Tanzfests.
Mas agora já não tenho vergonha. É verdade, ontem e anteontem trabalhei no concerto do Brian Adams e gostei.
O espectáculo foi divertido, o B.A é de uma simpatia contagiante e a não houve música antiga que faltasse.
Por vezes esquecia-me do meu prestigiante estatuto de assistente e dava por mim a dançar e a saber as letras de cor.
Outras vezes ficava a sorrir, a observar as diferentes gerações que ali se encontravam a vibrar com as mesmas músicas.
E inúmeras foram as vezes que pessoas da minha idade me disseram que estavam a ser invadidas por uma onda nostálgica brutal , que os levou de volta aos seus/meus 12 anos.
Provavelmente nunca abandonámos essa idade.
Por muito que gostemos da vida e liberdade de hoje, no fundo há sempre uma vontade de ser pequenino.
Quando me perguntam a idade , a minha resposta instântanea é dizer 18. Será sinal da minha recusa em crescer?
Lá diz o Brian : “I´m gonna be 18 ´till I die”.

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