Casa nova, vida nova!
Lembro-me de ajudar a minha mãe a limpar azulejos e de desempacotar brinquedos, ainda com as mãos demasiado pequeninas para realizar qualquer tipo de tarefa com a segurança e eficiência necessária nestas alturas.
Mais tarde, arrumei apressadamente os meus pertences para levá-los comigo para a aventura Erasmus.
Não consigo descrever o que senti quando puxei o fecho das malas.
Tão pouco consigo explicar qual a estratégia utilizada para discernir entre o importante e o superfúlo que tive que deixar para trás.
Mas lembro-me da sensação de vazio e estranheza quando, seis meses depois, resumi a minha vida desse semestre ( o melhor da minha vida), a quatro malas de viagem e uma caixa, gentilmente transportada, pela Seur.
Os melhores tempos da minha vida resumidos a tão pouco...
Ontem encaixotei 24 anos da minha existência em malas, sacos, caixas e caixotes.
Não houve tempo para nostalgias ou emotividades: tudo rápido, eficiente e de rompante, como qualquer decisão definitiva e drástica deve ser tomada.
E ao ver a minha casa cheia de objectos e respectivas recordações, as míseras caixas a que resumi a minha existência, já não me parecem tão poucas.Antes pelo contrário: é graças a elas que hoje posso dizer que me sinto, finalmente, em casa!