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O mundo da Ch@p@

O VAZIO

A.N, 19.10.04
Atravesso um deserto intelectual…

As ideias fogem vertiginosamente de mim e não me dão hipótese de as concretizar em palavras, em textos ou dissertações que ocupam o tempo daqueles de vós que tão gentilmente vêm visitando este espaço.

Peço desculpa por esta morte prematura do Tico e do Teco.

Prometo em breve mais divagações sentimentais, textos humorísticos, histórias apaixonadas, sátiras e comentários maliciosos.

Sem mais de momento, comprometo-me a entrar novamente em contacto quando o meu cérebro entrar novamente em actividade…

FINS ARA!



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...

A.N, 17.10.04

"Picasso e Einstein"



Sou da opinião que só devemos comentar publicamente o que quer que seja se tivermos uma opinião positiva a dar ou um elogio a tecer.

Tento manter-me fiel a este princípio em todas as circunstâncias ,mas como tenho uma língua semi-afiada, volta e meia lá ando eu a “cortar” em alguém.

No entanto, o princípio está lá, o que nos dias de hoje é merecedor de algum valor.

Salvo respeito pelos críticos de arte, cinema e música, que fazem da “crítica” (muitas vezes maldosa) o seu modo de vida, a minha mãe ensinou-me que, por uma questão de respeito, certas coisas apenas merecem ser ditas em privado para não se ferirem susceptibilidades na presença de terceiros.

Aplico este principio ao meu blog, que não pretendo utilizar como arma de crítica injuriosa contra artistas, escritores ou produtores de qualquer obra de arte. ( até ao momento, aqui tenho conseguido ser fiel aos meus princípios.)

Ando há imenso dias a pensar que tinha que tecer algum comentário a peça de teatro “Picasso e Einstein” que quarta-feira passada fui ver ao Teatro da Trindade.

Trata-se de uma peça “ligeira”, bem humorada e com valor .

Àqueles que procuram duas horas de boa disposição, de diálogos interessantes, autores talentosos e uma pitada de um saudável “non sense”, recomendo vivamente uma ida ao Teatro da Trindade.

Eu fui...e gostei!


Horários: Quarta a sábado às 21h30

Domingo às 16h00

Vá para fora cá dentro!

A.N, 17.10.04

Palácio da Regaleira, Sintra



Tem sido uma experiência engraçada ser turista no meu país.

Nestes últimos meses têm-nos vindo visitar alguns amigos estrangeiros, que através de programas improvisados e, na maioria das vezes, apressados, descobrem Lisboa e arredores. (Diga-se de passagem que devido à dimensão do nosso país, podemos considerar arredores de Lisboa o Algarve!)

Ao servirmos de guias, acabamos por também ser turistas, por descobrir lugares que por inércia nunca conhecemos, por olhar os lugares e as pessoas com outros olhos...

Devo confessar que fico muito orgulhosa do nosso pequeno país, que nas coisas pequenas acaba por ser grandioso.

Até ao momento desconheço visitante que tenha partido indiferente ao que viu e experimentou em terras lusas.

Ou então estou rodeada de gente bem educada e simpática, que mente primorosamente. ;)

Este fim-de-semana não nos deixámos desmoralizar pelos chuviscos e o céu nublado e rumámos a Sintra.

A cada visitante que nos chega , conduzimo-lo obrigatoriamente a esse lugar mágico, onde cada vez mais descubro coisas fascinantes e intrigantes.

Há uma mística muito especial na serra de Sintra, um misto de mistério e romantismo que me nunca me deixa indiferente.

Quando era pequena tinha medo de lá ir , dá para acreditar?

Talvez fosse a neblina quase permanente que envolve o Palácio da Pena, talvez a história daqueles edifícios que parecem ter tanto para contar e guardar segredos inconfessáveis.

Ao visitar a Quinta da Regaleira este sábado senti esse pequeno calafrio de medo regressar.

Não apenas é um local digno de ser visitado pela beleza indiscutível das suas linhas arquitectónicas, como o seu jardim guarda segredos e recantos que merecem uma visita cuidada e atenta.

Labirintos rodeados de vegetação de toda a espécie, caminhos ordenados que conduzem a lagos , grutas e subterrâneos misteriosos, pensados ao milímetro, através de um raciocínio calculista que nos deixa intrigados.

Que segredos terá a Quinta que não nos quer contar?

Que mais teremos para desvendar?





...

A.N, 16.10.04
Cansaço







Por trás do espelho quem está

De olhos fixados nos meus?

Alguém que passou por cá

E seguiu ao deus-dará

Deixando os olhos nos meus.



Quem dorme na minha cama,

E tenta sonhar meus sonhos?

Alguém morreu nesta cama,

E lá de longe me chama

Misturada nos meus sonhos.



Tudo o que faço ou não faço,

Outros fizeram assim

Daí este meu cansaço

De sentir que quanto faço

Não é feito só por mim.



Poema cantado por Amália

corte e costura

A.N, 14.10.04
Nunca gostei de encontros imediatos.

Pertenço aquela raça estranha de pessoas que ao ver um conhecido do outro lado da rua ( leia-se , conhecido. Não me refiro a amigos!), é dominada pela preguiça e timidez .

De certeza que os psicólogos já inventaram um nome para esta patologia .

Ou seja...fujo, finjo que não vejo, não tenho paciência para ir falar, invento artimanhas para não ver e ser vista.

Detesto conversas de circunstância, porque não passam de isso mesmo: daquela circunstância sinistra em que por casualidade nos encontramos naquele preciso momento.

Fico nervosa por não ter muito que contar, irritam-me os silêncios incómodos e tira-me do sério discutir o estado do tempo.

A situação complica-se ainda mais, quando a pessoa a quem vislumbramos não é simplesmente um mero conhecido, mas sim um conhecido que tem um poder sobre-humano de nos irritar.

Muitas vezes por inúmeras e intermináveis razões, muitas outras vezes apenas porque sim.

Hoje tive um desses encontros!

Desses que despertam irritabilidades porque sim.

Mas desta vez a conversa fluiu: fiquei a saber que “ando à paisana”.

Pode parecer estranho este comentário, mas foi exactamente isto que ouvi e passo a citar: “Olá, olá. Por aqui então? Mas a menina está à paisana!”

Como tenho reflexos lentos, fiquei sem perceber e sem responder convenientemente. Mas o meu interlocutor prosseguiu: “ Está vestida de um modo muito descontraído para quem está a trabalhar num escritório de advogados .”.

Urge dizer que se tratava de um rapaz...

Quase em simultâneo o meu cérebro começou a produzir a seguinte lista de questões:

1) É a roupa que faz o Homem ou o Homem que faz a roupa?

2) Mais vale parecê-lo do que sê-lo?

3) Há algum traje obrigatório nos Estatutos da Ordem dos Advogados?

4) Um fato negro torna-nos mais inteligentes / competentes?

5) Oferecem subsídios para a aquisição do mesmo?

6) Não era suposto só as mulheres ligarem a roupa?



The Motorcycle Diaries

A.N, 12.10.04
Não me deixo vencer pelo sono sem antes escrever umas linhas acerca do melhor filme que vi este ano.

O filme “Os Diários de Che Guevara” surpreende pela sua genuinidade, pela sua simplicidade e pelos seus retratos.

Não contemplamos somente a viagem de Ernesto Guevara de la Serna e Alberto Granado pela América Latina, mas sim o nascer de um homem, de um líder que marcou indiscutivelmente o sec.XX.

Uma fotografia exemplar, um retrato crú da América Latina que teimamos em não conhecer: aquela que não vive dos resorts , mas de vidas passadas de sol a sol ; aquela que permanece fiel ás suas origens, independente das invasões americanas; aquela que alberga um povo humilde mas orgulhoso do seu passado, que resiste ás intempéries com um sorriso no olhar e uma canção nos lábios.

Parabéns por uma banda sonora fantástica!

Parabéns por uma caracterização prodigiosa que nos faz recuar no tempo e sentir aquelas pessoas, aquelas dúvidas, aquelas dores, aquele pulsar de vida, aquele despertar de consciência que me abalou a alma e não me deixa dormir descansada caso não o partilhe com alguém...