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O mundo da Ch@p@

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A.N, 10.10.04



Longe vão os dias em que conseguia escrever todos os dias a um ritmo frenético... Afinal admito que é complicado manter um blog activo . Especialmente quando se trata de um esforço individual e solitário.

Enfim, queixumes á parte, prossigamos.


Nunca tive pretensões de ter um blog crítico, pleno de politiquices e criticismos, que não são próprios do meu feitio.

Mas desta vez não resisto a comentar essa fantástica fauna política , que nos tem alegrado os dias, qual circo de Natal em dias chuvosos.

Não resisto a citar um amigo meu, que reage com o seguinte comentário face à “censura maquilhada” do governo de Santana Lopes: “Queriam tirar os 45 minutos de antena que o Prof. Marcelo tinha aos domingos e o único que conseguiram foi dar-lhe esses mesmos 45 minutos de antena ,mas agora todos os dias, em todos os canais e em todos os telejornais.”

E não é verdade?

Não vejo muito televisão, mas a minha atenção ultimamente encontra-se concentrada na polémica Marcelista e a Quinta das Celebridades. No entanto, ainda não me consegui decidir quais os animais que me cativam mais: se os da quinta ou os do cenário político português.

Uppsss...se calhar é melhor moderar a linguagem, não vá o Diabo tecê-las e alguém alertar a Alta Autoridade para a Comunicação Social !!! ;)

Agora mais a sério...

Toda esta novela marcelista faz-me lembrar birras de irmãos ciumentos que clamam pela atenção do pai.

Por um lado temos um governo frio, integrado num mundo de políticos distantes e linguagens indecifráveis com os quais o cidadão normal não se identifica e não se relaciona .( O que vem inevitavelmente explicar as taxas de abstenção em Portugal.)

Por outro, um político/professor, que faz a ponte entre esse mundo inatingível e desacreditado da política e da governação, aproximando-o dos portugueses através da utilização de um discurso simplificado e apelativo, que o cidadão comum entende e com o qual se identifica.

Porquê mandá-lo “calar” e porque não aprender com ele?

Tanto berreiro para quê, se no fundo se trata apenas de um discurso? Um simples discurso, não mais, que na grande maioria dos casos é esquecido à segunda-feira...



Cinema Paraíso

A.N, 06.10.04

Cinema Paradiso


Como estava a dizer no post anterior… este foi um fim-de-semana de surpresas.

Há alguns anos atrás falaram-me de um filme mítico, que eu tinha obrigatoriamente que ver .

Chamava-se “Cinema Paraíso”, era italiano e realizado por Giuseppe Tornatore. Apenas aqui chegavam os meus conhecimentos acerca do filme.

Estava eu então naquela fase de puro fascínio por filmes comerciais, regados a coca-cola e pipocas , que na altura começavam a implantar-se nas salas de cinema portuguesas.

Não tentei alugar o filme, bem como a ele não assisti nas inúmeras vezes que passou na televisão.

Eis que um dia de verão chego a casa de uma amiga, que no meio de inúmeros DVD´s da família, sacou de lá esse filme, cujo nome me soava familiar.

Começamos a ver e marcou-me acima de tudo a música e a ternura de um menino ( Toto) , que cultivava uma paixão cega pelo cinema.

Ainda não foi nessa tarde que consegui finalmente assistir ao filme todo, porque era quase hora de jantar e pertenço a uma família tradicional, para quem a hora das refeições é verdadeiramente sagrada.

Á terceira foi então de vez!

Sábado à noite, o Canal Um passou o filme.

Diga-se que o fez a horas impróprias, o que já vem sendo hábito da televisão portuguesa, depois de nos ter intoxicado com novelas e programas humorísticos que apenas despertam lágrimas…DE DESESPERO!

E agora finalmente percebo o porquê de dizerem que se trata de um filme mítico. Bem ao meu gosto, trata-se de um filme simples, de gente e história simples, que nos comove do princípio ao fim com a ternura do enredo, despertando a nostalgia dos tempos passados.

Tudo isto tendo como cenário a história do cinema, onde as estrelas brilhavam de verdade e faziam brilhar aqueles que viviam, suspiravam e sonhavam com elas e os seus filmes.

Em suma, o Cinema Paraíso além de se tratar de um filme que marcou a história do cinema, ele mesmo traça essa mesma história, invocando nomes e momentos que a Humanidade não esquecerá.

Eu revi-me na história, ao sentir que para Salvatore ( Totó) o tempo passou a correr…da mesma forma que sinto o meu tempo fugir-me entre os dedos.

E subitamente apenas nos restam as memórias: para uns em suporte de papel, para outros em películas cinematográficas, mas para todos guardadas no coração.

Recomendo!


...

A.N, 05.10.04


Este foi um fim-de-semana de pequenas, mas agradáveis, surpresas e descobertas.

Não aguentando mais a tormenta semanal do calor citadino, fugi para o meu refúgio algarvio.

Lado a lado com a costa vicentina, recupero energias e cores na praia da Cordoama, que por esta altura do ano está praticamente vazia.

Imaginem uma ligeira neblina, um mar agitado de diferentes tonalidades de azul , um areal imenso recortado por rochedos magnânimes e enigmáticos, que protegem do vento aqueles que se aventuram por estradas de terra batida e sinuosos caminhos para ali chegar .

Admito que a temperatura da água não é propriamente convidativa. Confesso que um sem número de vezes temo pela vida quando as vagas assumem proporções tais, que só os surfistas “locals” se aventuram.

Paradisíaco o momento em que encostamos a cabeça na areia, com os olhos semi-cerrados, e nada nos incomoda para além dos raios de sol que douram a pele...

É uma dádiva viver numa cidade a 2 horas e meia desta praia.

É um orgulho ter um património natural ainda tão intocado e virgem.

É um privilégio ainda ir á praia em Outubro.

É um milagre poder passar um dia na Praia da Cordoama e sentir que a tenho (quase) só para mim.


Praia da Cordoama, Vila do Bispo

Elogio

A.N, 05.10.04
Parabéns à Inês Pedrosa, pela sua crónica “Um homem e uma mulher”, publicada na edição deste fim-de-semana do Expresso, na revista Única.

Há algum tempo que uma história simples não me fazia pensar tanto…

Blogo, logo existo...

A.N, 01.10.04
A que se deve o sucesso dos blogs?

Porque é que cada vez mais as pessoas escrevem, criam, recriam, inventam, partilham os seus próprios blogs?

O Jacinto Fermin diz que quem tem um blog é um egocêntrico, muito seguro de si, que não teme críticas ao que escreve ou á forma como o faz.

Discordo com ele. Não acho necessariamente que um acto de publicação e divulgação de obras literárias signifique necessariamente que o seu autor é um , utilizando a gíria, “convencido” egocêntrico.

É sim um entertainer, um criativo , que com as suas obras além de procurar respostas e reflexos nos seus leitores, também os entretém com os seus jogos de palavras, ideias e desabafos.

Não significa necessariamente que está seguro acerca do que escreve e da forma como escreve.

Antes pelo contrário...se tivesse certezas não sentia necessidade de escrever ou de publicar, porque no fundo quem escreve procura sempre algo: respostas, ecos, paralelismo, reconhecimento, racionalidade ou lógica.



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