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O mundo da Ch@p@

Palavras da Escandinávia

A.N, 13.02.05


Sábado, 12 de Fevereiro

Copenhaga vai chegar por episódios. Vai chegar por momentos, por dias, por ruas ou por recantos , mas vai dando um ar de sua graça. E este é o melhor momento para entrar no Mundo da Rita...
Está a nevar, muito, muito... De repente as ruas, as árvores, os telhados e as pessoas ficaram brancas. De repente a cidade parece encantada, parece um sonho...
Antes de estar branca, a cidade era encarnada, verde, cinzenta.

Com ruas grandes e organizadas, com carros e autocarros mas sem trânsito, com muitas, muitas bicicletas: novos, velhos, crianças sozinhas, crianças nas bicicletas dos pais, tudo pedala por aqui. Toda a gente tem frio mas ninguém protesta; todos queriam sol e praia mas ninguém anda mal-humurado. Aqui as pessoas são (parece-me) felizes. E simpáticas. E eu sinto-me bem aqui.


Posted by HelloSara P.

Um estado de espírito como qualquer outro

A.N, 13.02.05
If you twist and turn away.
It you tear yourself in two again.
If I could, yes I would
If I could, I would let it go.

Surrender, dislocate.
If I could throw this lifeless life-line to the wind.
Leave this heart of clay,
see you walk, walk away
Into the night, and through the rain
Into the half light and through the flame.

If I could, through myself,
set your spirit free
I'd lead your heart away,
see you break, break away
Into the light and to the day.
To let it go and so to find a way.
To let it go and so find a way.
I'm wide awake.
I'm wide awake, wide awake.
I'm not sleeping.

If you should ask, then maybe
They'd tell you what I would say
True colours fly
in blue and black
Blue silken sky and burning flag.
Colours crash, collide in blood-shot eyes.

If I could, you know I would
If I could, I would let it go.
This desperation, dislocation
Separation, condemnation
Revelation, in temptation
Isolation, desolation
Let it go and so to find a way
To let it go and so to find a way
To let it go and so to find a way

I'm wide awake,
I'm wide awake,
wide awake
I'm not sleeping
Oh no, no, no.

U2, "Bad"

Rita La otra, ou "Testemunhos de Montes Claros, Brasil"

A.N, 10.02.05


Montes Claros, 27 de Janeiro de 2005



Uma manhã que de maneira alguma me pode deixar indiferente. Uma manhã que me veio mostrar um outro Brasil, longínquo daquele Brasil caloroso, feliz e alegre a que já me estava a habituar.

Fome? Não me pareceu que a fome fosse o maior problema no Bairro do Menino Jesus. Entre o feijão e o arroz, as pessoas parecem conseguir sobreviver. E por muito que me custe fazer a pergunta, o pensamento não deixa de me vir à cabeça: “Sobreviver para quê?”

Miséria? Muita. Miséria humana. Falta de higiene. Falta de...

Nem sei bem o que falta... Falta tanto.

O que falta a uma mãe que não sabe dizer a idade da filha de 3 meses? Que nos responde “Meu marido é que sabe quando a menina nasceu”. A menina, Maria Eduarda, vestia umas cuecas e uma T-Shirt que tentavam esconder as nódoas negras nas suas costas, e o rabo todo assado, enquanto os seus irmãos, de 3 e 4 anos, cheios de arranhões nas costas, que mais pareciam sinais de violência doméstica, brincavam nus pela rua.

O que falta a uma mulher que teve um desastre há 7 anos, andou 2 de cadeira de rodas e outros 2 de muletas, até que quando voltou a andar, começou a ter problemas de memória? Uma mulher que tem de tomar 14 comprimidos por dia, só que não os toma porque a fazem engordar, e em vez disso dava-os ao cão, que entretanto morreu?... Uma mulher que se agarra a nós, com os olhos a brilhar, ávida de atenção, e nos mostra desesperadamente as fotografias das suas filhas que estão sob a caução da avó, por ela ter sido considerada pelo tribunal incapaz de tomar conta da casa e das meninas?

O que falta a uma mulher cujo marido se suicidou há muito tempo (5 meses, viemos depois a descobrir), que vive em 10 m2, com quatro filhos semi-nus, dois dos quais dormem no chão? Faltará uma casa em condições, já que os 10 m2 são irrespiráveis, e mais parecem uma pocilga, ou faltará alguém que lhe ensine a tomar conta da casa? Faltará um estendal no jardim para ela pendurar a roupa encharcada que atira para dentro de casa para evitar que a roubem, ou faltará a esta mulher deixar de ter medo dos assaltos? Entre tantas outras coisas, falta-lhe tempo. Tempo para chorar, como dizia a Zézinha.

O que falta ao William, um rapazinho de 14 anos, deficiente, que fomos encontrar a gatinhar à porta de casa, nu, cheio de bosta de cavalo pelas pernas?... Ou à D. Eurides, sua Avó, cujo filho (pai de William) foi assassinado porque a mulher roubou uma coisa para comer que custava 3 reais? Mulher essa que depois se suicidou. O que falta a esta gente que faz com que a vida de duas pessoas valha 3 reais?

A mim, falta-me saber onde posso intervir. Se posso intervir. Onde posso ajudar. Onde posso e devo estar. O que devo fazer. Falta-me saber para quê que fui chamada. Aprender como controlar as minhas lágrimas, pelo menos quando estou com estas pessoas.

Falta-me, depois de manhãs como estas, compreensão para com todos os que permitimos que no século XXI haja tanta miséria e tanta tristeza. Desde as pessoas que vivem aqui, no meio desta pobreza, e assistem a tudo isto, e por razões que desconhecemos se mantêm quietas e fecham os olhos; a todos nós, privilegiados que preferimos virar a cara e ignorar, desculpando-nos que não conseguimos mudar o mundo inteiro.









"Sim, sim , o sentido de humor numa mulher e a sua inteligência são os principais factores de atracç

A.N, 10.02.05


"Ser ou não ser Bela", in Revista Única do Expresso:

(relativo à campanha publicitária "Beleza Real" da Dove.)



As respostas são surpreendentes : para 73% das portuguesas, o valor mais elevado, 71% das francesas e 69% das brasileiras – “as mulheres fisicamente mais atraentes são mais valorizadas pelos homens”

“As mulheres mais bonitas têm mais oportunidades na vida” – tese defendida por 68% das brasileiras, 50% das portuguesas e italianas contra 28% de canadianas.


Será mesmo assim?


Pois eu, se tinha dúvidas, elas foram todas dissipadas durante uma interessante conversa telefónica com o meu amigo F., acerca de uma terceira pessoa, do sexo feminino :


“Sinceramente não vos entendo. Criticam-na, criticam-na, mas depois é só vê-los felizes e contentes a bajulá-la a noite toda. Quando me falam dela, das duas uma: ou são uns grandes mentirosos só para me agradar ou pura e simplesmente uns hipócritas descomunais. ”

“Eu não...mas confesso que devo ser dos poucos que não lhe ligam nenhuma. Não tenho o mínimo de conversa para aquela gaja.”

“Sim, mas também não a tratas mal. Vocês homens são de facto muito engraçados. Sabem que essa gaja é uma cabra, que não tem nada na cabeça e que ainda para mais é sonsa e ainda assim, tratam-na como se ela fosse uma princesa.”

“Desculpa R., mas vou ser muito sincero. Nós somos homens e para nós, é muito difícil deixarmos de estar com uma rapariga que tenha uma aparência tão fantástica como a dela. Queremos lá saber se é boa ou má pessoa, se foi justa ou não contigo. É boa, é gira e isso basta!”



Life can be so simple...


É Carnaval, ninguém leva a mal! ( nem a sério!)

A.N, 09.02.05
Segunda à noite, enquanto transeunte no Bairro Alto, fui surpreendida por uma acção de campanha do BE.

Por muito que discorde dos seus métodos (mascarados, com tambores e slogans batidos), este grupo entusiástico e perturbador do meu pseudo-carnaval , conseguiu realmente personificar o sentimento generalizado da população portuguesa em relação ao estado da nação e respectivos políticos: no fundo, tudo não passa de uma grande palhaçada!



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