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O mundo da Ch@p@

Instantâneos

A.N, 17.08.05




Os cheiros. Sem dúvida alguma os cheiros.
O cheiro fétido dos labirintos, o cheiro a terra impregnado na pele, no cabelo, nas unhas ( e eu que jurava que não tinha andado a cavar!).
A temperatura elevada que potencia os odores.
O cheiro a terra e a fruta madura.
O cheiro a África!
Não a nossa África; não a Guiné acolhedora que visitei na minha infância, mas uma

África diferente.
Uma África árabe, povoada por mesquitas impenetráveis e berberes que nos observaram os movimentos com o olho clínico do negócio.
Aprendemos que berbere significa homem livre; que a poligamia assenta na crença de que ninguém pode ser pertença de outrem; que sexta-feira é dia de festa para os muçulmanos e que qualquer hora do dia é boa para a oração ( inclusive às quatro da manhã e mesmo que tal implique acordar os turistas recém chegados a Marrocos, alheios a este ritual!); que as serpentes e os escorpiões do Deserto são animais "gentis"; que chá de menta a ferver, com doses maciças de açúcar, além de matar a sede ( equivalente a cinco copos de água tomados de seguida), dá energia.
Voltei com a sensação de não conseguir definir com exactidão o povo marroquino.
Infelizmente, entre nós e eles recai, na generalidade dos casos, a máscara do turismo e a oportunidade do negócio.
Cria leves sombras nas fotografias, mas de tão ténues que são, agora que relembro os instantâneos nem dou por elas.
As cores...
As cores vivas dos mercados (souks); das babouchas; dos tapetes; das crianças nómadas do Deserto.
As cores e os cheiros; sem dúvida alguma!

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Governo manda averiguar se há menores no combate aos fogos

A.N, 17.08.05
I) Tendo em consideração que os incêndios em Portugal não são novidade, mas sim uma calamidade repetitiva e aparentemente inevitável;
II) Considerando que, ao contrário do que sucede nos restantes países da Europa, o número de incêndios em Portugal aumenta de ano para ano;
III) Não podendo negar que, desde 2003, o panorama nacional não se alterou em termos de meios disponíveis para o combate dos incêndios em Portugal;
IV) Sabendo que são pedidos sacrificios aos portugueses, mas que se pondera construir um aeroporto desnecessário e um TGV que soa a superfúlo num país devastado pelas cinzas;

Parece-me, salvo melhor opinião em contrário, que este não é o momento mais oportuno para se discutir o trabalho infantil na frente de combate aos fogos.
O facto de o Ministério da Administração Interna ter pedido, com carácter de "urgência", ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) uma listagem dos bombeiros que combatem os incêndios, tendo em vista a averiguação acerca da existência de menores envolvidos no terreno, soa-me à velha e inútil discussão acerca do sexo dos anjos.
Em vez deste camuflado "dever ser", não deveriamos considerar esta informação como mais um exemplo vergonhoso e humilhante do estado da nação?
Talvez surtisse mais efeito destacar pilotos da Força Aérea, suspender a compra de submarinos e adiar questões como a OTA ou TGV .
Os inquéritos não acalmam as chamas, nem disponibilizam mais homens para tomar o lugar dos pequenos valentes.
Além de que os inquériots fazem correr muita tinta; fazem gastar muito papel...
Se não se tomam medidas mais realistas ( não apenas aquelas para "inglês ver") , qualquer dia nem árvores teremos para produzir o belo papel timbrado com o símbolo do Ministério da Administração Interna.

A chegada - 06 de Agosto de 2005

A.N, 16.08.05


Quando saíram de Lisboa não estavam seguros de estar a fazer a coisa certa.
Depois de tantos pré-avisos negativos, de tantos maus auspícios, de histórias rocambolescas e desventuras de terceiros, poder-se-ia dizer que as suas almas estavam inquietas.
Ávidos de conhecimento e temerosos do desconhecido, aventuraram-se nos labirintos lúgubres e sujos da Medina, pela mão de um mal afamado guia.
Era meia noite numa cidade nova dum país estranho, cuja proximidade geográfica de Portugal soa a ironia: justificarão os 3000 km que separam Lisboa de Marrakech, uma diferença tão grande entre os povos, as tradições, as fisionomias e as religiões?
Djem´a el Fna , sonsa, fingia estar adormecida.
Mas ao fundo, o som dos tambores denunciava o pulsar da cidade.
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Vou ali e já venho!

A.N, 06.08.05
Parece que vamos fechar para balanço; para ir a banhos; para viajar em camelos e visitar mesquitas; para descontrair em chiringuitos , ao som de um chill out de boa qualidade e acompanhados do sempre agradável tinto de verano.
Regressar aos lugares de sempre e descobrir outros tantos novos; repetir conversas e inventar novas ideias; analisar comportamentos e, ao mesmo tempo, deixar-nos levar ao sabor da maré.

Até breve então!

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