Louvável banda sonora; Uma interpretação fantástica de ROMAIN DURIS, tão diferente do estudante Javier que a Residência Espanhola nos tinha dado a conhecer; Momentos algo cruéis e violentos que se tornam difíceis de suportar a uma segunda-feira à noite; A música como válvula de escape; como linguagem universal; como elo entre pessoas antagónicas que, nos acordes, se deixam unir, aproximar e identificar; Algo faltou a este enredo, mas ainda assim pode dizer-se que é aconselhável... para uns neurónios descansados de sábado à noite!
I don't need a whole lotta money I don't need a big, fine car I got everything that a girl could want I got more than I could ask for I don't have to run around I don't have to stay out all night Cause I got a sweet, sweet lovin man And he knows just how to treat me right See, my baby, he's alright See, my baby, we're so tight (...)
E por que esta foi uma semana de grandes emoções e o amor parece andar a contagiar-nos a todos, eis a prova de que a Ch@p@ não ficou imune a todo este "polén" tardio. Deixo-vos entregues a uma grande senhora: Ladies and Gentlemen, this is Joss Stone. Até amanhã!
Pazes feitas com o SCP, a emoção de ver o Alvalade XXI cheio, a satisfação do resultado. Bonito minha gente!Muito bonito. E, como me confessou uma amiga no final da noite, neste momento não sei o que me deixa mais feliz:
Se saber que o Benfica está a 8 pontos dos primeiros classificados ou saber que temos 9 xs mais os pontos deles!
Bem disposta – não sei se por natureza ou convicção - tenciono martirizar o teclado do computador, para tecer elogios à fantástica Mariza que arrebatou os presentes, ontem à noite, nos Jardins de Belém. Com o seu amigo Jaques ( É favor arrastar e enfatizar o “e” de Jaques! Valeu irmão!), o fado ontem à noite reinventou-se, modernizou-se, ganhou tonalidades e melodias inovadoras, aproximando-se do coração e dos ouvidos dos muitos e tão diversificados ouvintes. Reconheça-se o mérito de Mariza por ter conseguido aproximar as gerações mais novas deste género musical, erroneamente escondido em salas encafuadas e escuras, das vielas de Alfama e Bairro Alto. Não se limitando apenas a cantar, apresenta-se de forma estudada, pensada, racionalizada. O fado deixa de ser tristeza e amargura, tomando contornos de festa, de espectáculo. Impressionante ver a tristeza das letras camuflada nos batuques de África, os ritmos marcados por djambés e tambores e a prova de que o fado pode prescindir, momentaneamente, das guitarras portuguesas e deixar-se acompanhar por um solitário violoncelo, com cheiro carioca. Parabéns ao CML e ao EGEAC por esta brilhante iniciativa: o cenário estava deslumbrante, com a Torre de Belém iluminada e luminosa no céu chuvoso de Lisboa, que apesar de ameaçador, não fez com que as centenas de pessoas arredassem pé. É bom constatar que a tendência para a pouca afluência de público nos espectáculos nacionais se começa a alterar. Admitamos ou não, o que é nacional é , muitas vezes, olhado com alguma desconfiança. Para desmistificar este tipo de situações, nada como um concerto grátis, num espaço privilegiado da nossa cidade, com artistas competentes e profissionais. É bom ver que o facto de o concerto ser gratuito não se limitou apenas a ser um chamariz ou uma justificação para a assiduidade. Soube bem ouvir os últimos acordes e sentir que quem lá esteve não saiu indiferente!
As gentes bonitas estavam à solta na Ericeira no passado fim-de-semana. Corpos esculturais, bronzeados imaculados, cabelos lisos e angelicamente loiros: eis os ingredientes de qualquer campeonato de surf que se preze. Com algum pesar, constato que a fisionomia da (inocentemente) chamada típica mulher portuguesa, sofreu alterações significativas. O ideal da mulher pequenina e maneirinha como a sardinha, foi substituído por pernas altas e bem escanzeladas, tez morena , cabelos loiros ou castanhos claros e uns honrosos 1,75m de altura! Qual o futuro de nós, tacos simpáticos, práticos e compactos, neste mundo de musas esculturais de corpos atléticos? Já para não falar dos vergonhosos 24 anos que já carrego nos ombros. A crise da idade apodera-se de mim no momento de entrada no recinto do Festival. Custa aceitar a ideia de que mais de metade dos presentes, tem no mínimo menos 4 anos do que eu. E, a julgar pelas poses confiantes, quase que asseguro que sabem mais da vida do que eu. Perplexa, limito-me a responder de braços cruzados, com um olhar reprovador: “Sinistro...isto é sinistro! Não passam de uns miúdos!”. Encontro-me nessa altura num cenário digno de Morangos com Açúcar ( com os Cool Hipnoise a tocarem a música do Brother Joe e tudo!). Como ser envelhecido que ameaço ser, dou por mim a questionar- com algum desdém confesso - as gerações futuras. Vem-me automaticamente à ideia o sucesso das novelas da TVI, onde as barreiras da idade cedem perante corpos precocemente desenvolvidos e maquilhados, aparentemente capazes de sentir e viver as mesmas emoções que um corpo de 30 anos suporta. Verdade se diga, muita gente com quem me cruzo e se aproxima do trigésimo aniversário, por vezes aparenta dispor de uma estrutura emocional muito mais debilitada, do que possuída por estes heróis novelescos que aguentam amores e desamores com uma leviandade transcendental, que lutam desmesurada e desenfreadamente – já para não dizer de uma forma exagerada e de extrema má educação – contra pais, professores e outros entes castradores, que tentam, em vão, fazer com que os meninos não levem a sua avante. Pergunto-me: será este o tipo de jovens com quem teremos que lidar no futuro? Insubordinados, demasiado desenvolvidos, espantosamente impetuosos e caprichosos?
( Pequeno momento de pausa, para deixar claro que sim, eu quando posso vejo os Morangos e sabe-me lindamente! Facto esse que não implica uma ausência de sentido crítico!) Já para não falar da lavagem cerebral que este tipo de programação televisiva opera, não apenas nos mais jovens como nos adultos sedentários que ela se dedicam no final do dia laboral. Geram-se hábitos de comodismo e facilitismo, disponibilizando-se , 24h por dia , programas de conteúdo nulo que implicam o mínimo esforço mental para o espectador. Este, sem se dar conta, habitua-se progressivamente a não pensar, a não reflectir sobre assuntos sérios, a não reclamar pela ausência de reportagens de fundo ou debates políticos, a não questionar o estado da nação, a alimentar-se de sensacionalismos altamente vendáveis! Impressionante esta minha capacidade de abstracção. Ainda que presente num campeonato de surf que teve um português como vencedor ( parabéns Saca whoever you are! ), ainda que num ambiente cool e apelativo ao relax mental e físico, ainda que rodeada de neurónios meio adormecidos, dou por mim a divagar com este tipo de pensamentos.Não há dúvida : eu sou um bicho estranho!
De volta à clandestinidade de "postar" durante o horário laboral. O ritmo da escrita abranda, as ideias que, não sendo anotadas imediatamente, não passam disso mesmo, a adrenalina que o escrever à socapa traz e a vontade de encurtar a distância entre as datas dos textos, são os condimentos dos dias passados entre quatro paredes, em frente a um sensaborão écran de computador. Perdoem-me, pois, por já não ser tão cumpridora do ritmo a que nos habituei. Mas lá dizem as gentes da minha terra: o tempo das vacas gordas já era. (E o álibi da crise é conveniente nestas alturas!)