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O mundo da Ch@p@

Foi um ar que se lhe deu

A.N, 15.03.06


Bolas!
Só para chatear, hoje está um nevoeiro do caraças e corre um friozinho desagradável que apanha desprevenidos aqueles optimistas que ousam vestir casacos de sarja e sapatos abertos.
Não é justo já ter sentido o cheiro a Verão e, de repente, estar de regresso ao cinzento do Inverno.
Já me lembro porque é que não gosto da Primavera.

Esta incerteza...esta inconstância...os antialérgicos...

Porque finalmente o calor chegou,

A.N, 14.03.06


apetece sair da cama a correr, mas demorar a voltar para casa;
apetece ver o pôr-do-sol abraçar o Tejo e cumprimentar a noite numa esplanada perto do Castelo;
apetece ser optimista, acreditar que tudo a partir de agora será mais fácil (ou, pelo menos, mais leve).
Lisboa torna-se muito mais apetecível e, em jeito de reprimenda subtil, lembra-nos com a sua luminosidade singular, os motivos pelos quais não podemos viver muito longe dela!


Parabéns Jo pela fotografia. Espero que não te importes, mas não resisti ao ver que tinhas captado um dos momentos mais bonitos do dia.

Las Meninas

A.N, 13.03.06


Partindo do pressuposto que a esperança média de vida da mulher portuguesa é de 72 anos; admitindo que sou saudável e que provavelmente alcanço essa idade; configurando, ainda, a hipótese de vir a sofrer uma crise de meia idade, o resultado da equação aponta para que esta me atinja por volta do 36 anos.
Na hipótese remota de ser, particularmente, precoce e não olvidando que cada ida ao ginásio (e inevitável rendez-vous com as meninas do ballet e do hip hop) me deprime e angustia, ao ponto de me deixar boquiaberta, é muito provável que me encontre a meio caminho da melindrosa crise.
Ao principio ponderei que se tratava apenas uma espécie de nostalgia perversa, com um toque de azedume e incontrolável inveja, pois a pele daquelas meninas consegue manter-se brilhante e acobreada o ano todo, porque as calças folgadas correspondem ao n.º 34 ou, simplesmente, porque o preconceito e pudor não as impede de usar decotes convidativos em pleno inverno.
Porém, após uma breve reflexão acerca dos benefícios dum salário mensal e a consequente independência, apercebi-me que não deveria olhar para aqueles seres leitosos com desdém, mas sim com alguma cumplicidade. Afinal, há uns anos atrás também eu era assim, apesar de, neste momento, a imagem me parecer inconcebível.
Todavia, havia algo nas meninas da minha geração que não encontro naquelas criaturas púberes que povoam o balneário no meu ginásio.
Segundo elas próprias afirmam, com 12 anos já se dão ao luxo (ou infortúnio) de ter um passado, um ex-namorado, uma colecção de modelos de jeans que não se usam.
Hoje em dia, de um ponto de vista superficial e enganador, aparentemente não existem raparigas.
Passa-se de “menina” a “mulher” ou de "pequenina" a “gaja”.
Sem espaço/tempo para serem raparigas, sem Barbies a rivalizar com os Cd´s da moda, sem roupas transitórias, sem elásticos no cabelo, sem pachorra para olhares reprovadores de tipas como eu que, inconvenientemente, ocupam espaço no banco do balneário, em vez de estar a trabalhar, como boas “cotas” que são.

E porque hoje é o Dia das Gajas

A.N, 08.03.06


E porque hoje nos devemos lembrar do que está por detrás dos sorrisos e das flores que nos estendem;
Porque não foi assim há tanto tempo que as mentalidades começaram a mudar;
Porque ainda hoje a diferença de tratamento existe;
Porque independentemente do quão boa uma mulher seja, a nível profissional, nunca deixará de ser uma gaja;
Porque é um grande filme que não deixa ninguém indiferente,

recomendo o "North Country" aos estômagos menos sensíveis e aos homens menos impressionáveis!

O mito da beleza masculina

A.N, 04.03.06
Durante a conferência “ Falar de Blogues: Feminino/Masculino”, realizada ontem na Almedina, Pedro Mexia pediu a palavra para colocar questões aos oradores.
Uma delas incidia sobre os temas acerca dos quais as mulheres escreviam.
Inquietava-o constatar que poucas ou quase nenhumas mulheres escrevem acerca da beleza masculina e ele procurava que alguma das senhoras presentes lhe explicasse o porquê.
Não me recordo ao certo das respostas apresentadas, mas lembro-me do estado de perplexidade em que fiquei durante uns segundos.
Como é que é possível que o autor de
um dos melhores blogues portugueses ( aparentemente , também, o blogue português mais masculino) ainda se colocasse essa questão?
Como é que o autor de tantas reflexões admiráveis e acertadissímas acerca do relacionamento homem/mulher ainda não percebeu que os homens não precisam de ser bonitos para fazerem sucesso junto das mulheres?
A eles basta-lhes a confiança.
A nós falta-nos sempre pesar um kilo a menos, ter o cabelo mais brilhante, uns lábios mais grossos e umas maminhas maiores!