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Ora bem, aparentemente aquela senhora que neste momento voa em direcção ao sol e as tortas cubanas de Miami Beach, não quis partir sem me deixar um pequeno legado, convicta, certamente que os próximos dias de ausência me iriam remeter a um isolamento intolerável.
Assim, a bola ficou neste lado do campo e cabe-me a mim dedicar esta manhã de Domingo a elencar doze maravilhosos vocábulos pelos quais nutro um especial carinho.
Ora bem, a quem passarei a batata?
Talvez..para.ti que desde que foste para Atlanta e as tuas amigas se tornaram mulheres ocupadas, o arroz passou a ficar crú.
E para ti também que já é hora de testar os teus conhecimentos da língua de Camões.
Mais do que qualquer outra coisa, os americanos são mestres na arte do entretenimento.
Natal, acção de graças, eleições ou uma tragédia são convertidos em momentos de ilusão e emotividade, espectáculo e iluminações de arrepiar os pêlos dos braços e arrefecer as nucas dos mais racionais.
Repare-se nas eleições americanas.
Obama lança um video musical, apoiado pela classe artística e esclarecida que não só fala ao coração daqueles que os acompanham semanalmente na televisão, como daqueles que não logram ficar indiferentes a uma canção cheia de ideais, convicções e mensagens cheias de esperança, ao gosto e a lembrar a época da campanha dos Kennedy.
Talvez tudo não passe de uma violenta e insistente pressão mediática que não permite a nenhum cidadão permanecer no sofá ou viajar até ao campo no dia de eleições. Talvez seja apenas uma cultura democrática mais enraízada.
Quem sabe apenas um bom espectáculo...
A verdade é que no final de contas as politiquices não deixam de o ser, os lobbies é que comandam as eleições e pelos erros ou decisões acertadas do povo norte americano acabamos todos por pagar.
Acredito no discurso de Obama e no peso que a sua eleição pode representar. Acredito, porém, que quase todas as almas são corrumpíveis e que no final de contas o equilíbrio de interesses é que decide o rumo das medidas adoptadas.
Contudo, desconfio da sua manipulação emocional, da mesma forma que desconfio dos gestos de carinho entre os Clinton e da racionalidade e calculismo de Hilary.
Independentemente de crenças ou descrenças, gosto do espectáculo, dos discursos encalorados e de políticos que falam aos e para os seus eleitores; que não proferem frases inintelígiveis ou mensagens codificadas; que ainda que mintam como todos os outros, fazem-no com glamour e mantêm as lotações esgotadas.