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O mundo da Ch@p@

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A.N, 16.03.08
Os sábados amanhecem cedo no Príncipe Real.
O parque enche-se de crianças, o jardim de leitores e os produtos biológicos descem à cidade para nos recordar de sabores que já não existem.
Fruta, legumes, azeite e chás, alvos de tratamentos tradicionais, imunes à massificação da produção industrial e dos travos ácidos e insípidos a que esta nos habituou.
Descendo um pouco em direcção ao Cais do Sodré, o sol desperta a boa disposição e o descanso merecido da semana que não o foi.
Nos cafés discutem-se ideias; livros; as gordas do jornal.
Cafés para se estar, para se disfrutar, para pensar e conviver.

A cidade modifica-se. Recupera velhos vícios sob uma nova máscara e convida-nos a vivê-la.

E nós, aceitamos este convite?

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A.N, 13.03.08

Ela admitiu sentir-se triste por não conseguir dar o melhor de si.

Afirmou que nunca tinha desejado tanto que o fim-de-semana chegasse; que cada hora passada à secretária pesava como se de anos se tratasse; que sabia poder considerar -se uma privilegiada por ter acesso a tais oportunidades, mas estas, paradoxalmente, deixavam-na insatisfeita e mais vazia do que nunca.

Eles sorriram e consideraram uma dádiva ainda existirem pessoas como ela.
A inocência dos seus sonhos contagiava-os e fazia-os desejar ser melhores pessoas.

Sabiam que nunca seriam perfeitos, mas ela fazia-os acreditar que a perfeição existia.

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A.N, 13.03.08



Paris há muito que deixou de ser dos franceses: de certa forma, passou a ser de todos os nós, a pertencer ao imaginário românticos de todos aqueles que ainda acreditam no amor e se inspiraram nos grandes clássicos.

Confesso que a primeira vez que a visitei, não senti qualquer apelo ao romance. Nessa altura desconhecia, por completo, o significado da expressão , que dizer então do estado de espírito.

Um regresso inesperado, catorze anos depois, não soube a repetição, mas a descoberta: a descoberta do porquê do fascínio global com aquela cidade; a descoberta de uma atmosfera de cultura, charme e inovação que veio contrariar toda um teoria preconceituosa e infundada de que a França permaneceu amarrada a uma glória do passado, injustificada nos dias de hoje; a descoberta de mais uma cidade onde poderia viver e sentir-me viva.

O bom conselho

A.N, 06.03.08



"O truque consiste em distanciar-se. Relativizar a questão e adaptar-se ao papel que lhe foi atribuído na distribuição dos personagens.

Não sofrer com o impacto, nem aprofundar mais as questões, pois estas, na realidade, são fúteis e como tal acessórias.
Não se esqueça que entre eles e nós, só nos distanciam cinco anos de curso e uma vida  inteira de estudo."

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