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O mundo da Ch@p@

Ontem

A.N, 23.04.08

 

Qual Fénix renascida das cinzas do PSD, Manuela F. Leite entrou-me pela casa antes das oito da manhã e isto não é necessariamente bom... ou, no minimo, visualmente agradável.

23 de Abril

A.N, 23.04.08

 

 

 

Não sou fundamentalista, mas confesso que ouvir a simulação de um vómito, por um cidadão português nascido em 1982, cada vez que se mencionam as comemorações do 25 de Abril de 74, me deixa um pouco transtornada.

Dias "de" música

A.N, 20.04.08

Durante cinco dias por semana vivo num universo sem música. Num universo sem partituras, acordes ou escalas de sol; num universo onde a música nos chega em desabafos escondidos, trauteados com pudor.

Nesse universo privilegiam-se sons de telemóvel e intrigas de vão de escada que ironicamente desconcentram muito mais do que as melodias que tanta falta me fazem.

A música tem vários dons, existindo, inclusive, terapias que a apregoam como milagrosa. Um dos principais encantos da junção mágica de improváveis acordes consiste em transformar uma pintura cinzenta numa verdadeira explosão de cores, invocando, ao mesmo cenário, paisagens, estados de espírito e reflexões múltiplas. A música consegue, ainda, isolar-nos em momentos de multidão; consegue abstrair-nos do supérfluo e juntar os mais insólitos casais, em redor de uma melodia comum.

A música é uma bênção. De que me alimento e de que sinto falta.

Este sábado dediquei-o a ela, numa celebração que atraiu milhares de pessoas como eu, a anfiteatros convidativos e confortáveis, onde a música foi rainha e centro de todas as atenções.

O CCB encheu-se de curiosos e connaisseurs, de visitantes e habituais, de músicos e melodias, de magia, agitação e celebração.

As bênçãos não existem para ser omitidas; escondidas ou sufragadas. Existem para ser celebradas, todos os dias, a todas as horas e em todos os gestos.

Caramel

A.N, 15.04.08

 

Se ouvissemos dizer que "Caramel" era um filme sobre Beirute, certamente que esperariamos encontrar um retrato violento, cruel, inquietante. Provavelmente, se esse fosse o tema do filme, tê-lo-iamos visto de qualquer maneira, mas o sabor no final seria idêntico a muitos outros de idêntica estirpe: angustia, inquietação, desconforto e incredulidade perante uma descrição sanguinária que nós, felizardos habitantes de territórios sem conflitos armados, desconhecemos e preferimos remeter à ficção.

 

"Caramel", mais do que um retrato surpreendentemente singelo de Beirute, é uma história de mulheres do mundo. Mulheres vulgares, com existências anónimas e rotinas pacatas, com confissões idênticas às que ouvimos contar na esquina , na copa do escritório ou na padaria do bairro.

 

Mas as mulheres de "Caramel", embora obscenamente comuns, transportam nos seus pequenos nadas e trivialidades, o peso de uma tradição ancestral que, paradoxalmente, coabita e tenta encontrar um equilibrio num cenário de transição a costumes ocidentais, capitalistas e libertinos, furando as amarras de um passado castrador e uma sociedade impermeável à mudança.

 

Uma narrativa tocante, uma descrição despojada de pretensiosismo e carregada de sentimento , digna, certamente, de alguém que ama verdadeiramente a sua cidade e admira desmesuradamente as suas mulheres.

 

 

Embrutecidos

A.N, 12.04.08

 

 

 

A música pode ser um elemento do demónio.

 

 

 António de Oliveira Salazar

 

 

 

Papa Gregório IX (fundador da Inquisição)

 

Mahmoud Ahmadinejad

...

A.N, 12.04.08
Acusam-me de ter perdido o gosto pela escrita; de já não ganhar forças para escrever sobre o que me inquieta, para partilhar uma opinião controversa, para criticar uma peça de teatro ou recomendar um livro. Não é que tenha perdido o gosto. Que Deus nos livre de perder o gosto pelo que quer que seja; que Deus nos livre de cruzar os braços e ceder à apatia. Por vezes, não se trata de não querer, mas sim de não poder. De deixar-nos absorver pelas mesquinhices rotineiras e o cansaço mental. Por vezes, simplesmente não há muito que contar e nem os noticiários nos transmitem inspiração, Voluntariamente abdicamos deles, pois no final de um dia cruel, aquilo de que não necessitamos são dos chamados choques de realidade. Estou cá. Ainda vivo. Ainda quero escrever. Ainda me colocarei a jeito para os ataques fortuitos dos destaques do Sapo. Ainda tenho muito que dizer, ainda não desisti. Mas agora não tenho tempo...Espero que me perdoem.

Mea culpa

A.N, 08.04.08

 

 

Constato, com pesar, que nos últimos posts, caí num buraco negro de trabalho, queixume e temas jurídicos.

Há que ter humildade e reconhecer o abandono das inocentes convicções. E ser inteligente para aceitar o fracasso.

 

 

Sou uma causídica. Uma litigante. Uma mandatária.

 

Na pior acepção de todas essas palavras!

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