Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O mundo da Ch@p@

78ª Edição da Feira do Livro

A.N, 31.05.08

Em síntese:

 

Os livros do dia têm preços com dois dígitos e a dúvida permanece: como é possível que exista tanto para se escrever acerca do Cristiano Ronaldo?

 

 

P.s A qualidade das farturas, porém, parece ter sofrido uma melhoria substancial.

...

A.N, 31.05.08

Ter talento é um privilégio não acessível a todos. O mesmo vale para a sorte, inteligência ou instinto. São dons, dádivas que não se adquirem, matérias primas da melhor qualidade que só necessitam uma dose de trabalho e dedicação para produzir obras de genuíno valor. Desperdiçar o talento com que se nasceu, não desenvolver o instinto igualmente inato, não aproveitar a sorte e menosprezar inteligência , numa perspectiva meramente católica, constitui um verdadeiro pecado. Numa perspectiva ateia, corresponde a degradidão humana. Se um ser humano que não dispõe de algum dos referidos dons, cai no rídiculo e mergulha na auto-humilhação, tal pode ser considerado um acto de humor; uma forma airosa de resignação pela falta de atributos. Ao invés, um ser humano inteligente, talentoso, instintivo e com queda para a sorte, senão lança mão dos seus atributos, permanecendo, conscientemente, muito aquém do muito que poderia ser, converte-se num personagem rídiculo, merecedor de pena, numa pessoa lamentável. Apesar de não ter sido surpresa, Amy Winehouse , nesta casa e a partir da noite de ontem, reduziu-se apenas a uma voz, o que não pode deixar de se considerar como verdadeiramente lamentável.

Errata-Maio de 68

A.N, 28.05.08

 

 

Entenda-se: as roupas eram todas muito giras e toda a gente tinha muita classe.

Lamentável é que não tenhamos evoluído desde então e o político de gravata tenha substituído o operário de martelo.

Maio de 68

A.N, 28.05.08

 

 

Porque é que será que os alegados participantes da RTP continuam a falar como se tudo lhes fosse permitido?

 

E, porque raio, é que a Mena Mónica insiste em introduzir termos como "orgasmo", "pílula" e "sexual" a cada duas frases extremamente inteligentes que profere?

 

 

Dirty Dancing

A.N, 20.05.08

 

 

 

Há filmes que marcaram épocas da nossa vida que não mereciam ainda essa designação. Não tínhamos longevidade suficiente para classificar os dias leves que viviamos como uma época. Isso acontece depois, quando em vez de fazermos coisas novas, falamos das coisas que fazíamos.
Há muitos anos atrás, nesse tempo em que os dias não consubstanciavam épocas, uma prima mais velha recortava alegremente imagens do Patrick Swayze da revista adolescente da moda e com uma maravilhosa pasta azul (o célebre Bostik) emoldurava as paredes do nosso quarto de verão na aldeia com as imagens do galã que além de actuar, dançava maravilhosamente.
O Dirty Dancing fazia as delícias da minha prima e das amigas e após inúmeras visualizações da obra, passou também a colorir o meu imaginário, onde para sempre passou a constar uma ida de férias para um country club muito chique , onde um rapaz muito cool me ensinaria a dançar como a loirinha do filme.
Anos passaram e hoje decidi reviver essa época e as férias do Johnny e da Baby.
Afinal descobri, com alguma surpresa, que o Swayze não actua, mas dança muito bem , sim senhor. Que a Baby, tal como o nome, é insípida e dengosa, mortiça e lançadora profissional dos fulminantes olhares de carneiro mal morto.  E que maravilhosa descoberta foi rever o estilo inconfundível de uns keds brancos, sombrancelhas grossas e narizes desformes.
Descobri também que o Johnny , não obstante o seu estilo pindérico de motard reformado, provavelmente ainda hoje encantaria muitas mulheres com o seu ar castigador e confuso, desprezando-as e armando-se em duro, o que não deixa de ser contraditório com o seu incessante movimento pélvico.
Finalmente, percebi também o porquê do título do filme, coisa que na época em que mais o vivi me parecia ininteligivel. Hoje, porém, quase vinte anos depois, continuo a questionar a bondade do mesmo, mas não tanto como as danças libidinosas e o constante cio dos figurantes do filme.
Valeu a pena, mas há coisas que pertencem a uma época e é nela que devem ficar.

Portugal

A.N, 18.05.08

 

 

O amigo do primo que é vizinho do outro que não conheces, mas andou na escola comigo e foi namorado da X que é ex-namorada do meu primo que vive ao lado da tua avó e que conheci uma vez em casa do Y e que também andou na tua faculdade e que pensa que eu não sei aquilo que sabes que me contaste.

Museu do Oriente

A.N, 18.05.08

 

 

 

 

Eu e o povo, este fim-de-semana, descemos ao rio para ver o recém inaugurado Museu do Oriente, curiosos com a remodelação do eterno armazém do bacalhau e com o tão badalado espólio oriental.

Um aproveitamento arquitectónico louvável e simpático quase que nos consegue fazer esquecer o burburinho dos visitantes, os toques de telemóvel e as correrias das crianças. Afinal um museu não se cria, desenvolve-se; educa-se; aperfeiçoa-se e este, certamente, anda ainda muito longe de atingir o grau de maturidade necessária.

Conversas ensurdecedoras e banais; demasiados objectos de valor histórico duvidoso, disposição algo confusa e uma iluminação diminuta ou praticamente inexistente, foram os obstáculos com que nós, na qualidade de visitantes curiosos, nos deparámos nesta primeira abordagem às reliquías do Oriente. ( Até à data, o mais próximo que havia chegado da China e Macau fora através da Agustina Bessa Luís e da sua Quinta Essência, obra que me despertou sentimentos contraditórios e a qual julgo nunca ter terminado).

Palavras para quê: o museu do Oriente chegou tarde, mas ainda bem que chegou. Qualquer passo no sentido de desenvolver a curiosidade e consciência cultural das massas deve ser louvado e incentivado, não obstante neste caso concreto me parecer, que muito trabalho de aperfeiçoamento ainda tem que ser feito.

 

 

 

 

Pág. 1/2