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O mundo da Ch@p@

Aqui e agora - na SIC

A.N, 26.02.09

 

 

Discute-se a educação sexual nas escolas.

Mães de todo o país manifestam-se contra a inclusão da disciplina de educação sexual no programa curricular.

Distribuir preservativos como rebuçados e permitir que estranhos esclareçam os adolescentes do país acerca dessa realidade, atentam contra a moral e os principios da maternidade, sendo indiscutível que o risco de promiscuidade surge indissociado da escandalosa disciplina que o Governo quer ver incluida no horário dos liceus.

 

 

Há dias atrás, um australiano acusou as portuguesas de serem demasiado conservadoras.Na altura fiquei chocada.

Hoje, assistindo ao debate proporcionado pela SIC, gostaria de emigrar para a Austrália.

 

Milícias privadas

A.N, 26.02.09

 

Desde os primórdios da organização civilizacional que o dever de garantir a segurança dos cidadãos incumbe à entidade governadora.

A própria criação (ou necessidade) do Direito deve-se, por um lado, à existência natural do caos e à consequente necessidade de regulação da vida em sociedade.

Se a bondade das leis e do legislador é vulgarmente colocada em causa e se o principio da generalidade na aplicação das regras possa parecer incompreensivel para aqueles cuja excepção constitui a regra, o mesmo não se poderá dizer do ius imperii do Estado, da legitimidade das suas forças de intervenção e do respeito pela sua autoridade.

Um órgão da soberania de um Estado propor ( ainda que sustentado por argumentos de índole populista e de fácil alcance para um cidadão mediocre) que se formem milicias privadas como forma de combater a criminalidade dentro das suas fronteiras, parece-me ,antes de mais,uma inevitável admissão de mea culpa.

Se um Estado se admite incapaz de proteger os seus cidadãos mediante os recursos de que dispõe e displicentemente abdica do principal poder/dever que a lei suprema do país lhe concede, parece-me que toda a nossa vida em sociedade deverá ser seriamente repensada.

...

A.N, 25.02.09

Mal de nós que o ano começasse a um de Janeiro e que as primeiras horas desse sobrevalorizado primeiro dia do ano ditasse as regras e a fortuna para os dias vindouros.

O ano começa, tal como comummente se diz do Natal, quando o homem quiser, quando as condições propícias se reunirem, quando um acontecimento do destino se dá e a vida ganha um novo sentido.

O ano é novo e como todas as novidades, o tempo é de romance, de esperança e de felicidade idiota.

E o que virá no futuro, bom ou mau, justificar-se-á pela alegria do presente.

Dias de luxúria

A.N, 08.02.09

 

Para um final de sexta-feira, à hora das ínfimas possibilidades. Sem carro, sem pressas, sem responsabilidades, finalmente o principio hedonístico por que anseamos desde segunda-feira.

 

 Cocktail 88 e Sushi Bar

 

Rua de São Mamede (à Sé.)

 

Para manhãs madrugadoras ou nem tanto que se querem recostadas em longos sofás e ambientes pombalinos, onde recordações de São Petersburgo e Barcelona nos fazem sentir que Lisboa já não é nossa: rendeu-se ao mundo.

 

 

Fábulas Café

Calçada Nova de São Francisco 14, Chiado

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A.N, 05.02.09

 

Quando uma relação chega ao fim, seja ela de que índole for, uma das partes acaba, inevitavelmente, lavada em lágrimas, enquanto que a outra, por muito que disfarce, aproveita o momento para vender lenços.

Recuperados do choque inicial, propicia-se o ressentimento, a ligeira amargura do que poderia ter sido, a leve mágoa do que gostaríamos que viesse a ser. Mas raramente se aproveita o luto para fazer um rastreio de consciência, para pesar as atitudes menos boas que nos conduziram, ainda que subtilmente, a um resultado inesperado.

 

O tempo é de ruptura e mudança. E ainda que não se saiba se vender os lenços ou limpar as lágrimas, a certeza perdura: ninguém muda para pior ou porque se farta de estar bem.

 

 

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A.N, 02.02.09

"Ela estava apaixonada e contra factos não há argumentos.

Apercebera-se de que era capaz de sentir compaixão, ao mesmo tempo que adoptava uma nova postura complacente, maternal, falsamente moralista e tão típica dos bem-aventurados que vivem efémeros estados graça.

Estava feliz como nunca e queria gritá-lo ao mundo, se bem que acreditasse que os outros, desdenhosos e cínicos, jamais conseguiriam compreendê-la  e jamais entenderiam o alcance da felicidade que vivia.

Paradoxalmente, em vez de partilhar a dávida da alegria dos seus dias,  a falta de fé nos demais repelia-a para cada vez mais longe, para um mundo onde apenas eles tinham lugar, onde a falta de tempo, o cansaço e as intempéries ditavam os encontros e as agendas.

As amigas esperariam. Pacientemente.

Afinal, é com paciência que se constroi uma amizade e com mais paciência ainda logramos mantê-la viva."

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A.N, 01.02.09

Dêem-nos pouco alimento e ao fim de uns dias, o estômago encolheu de tal forma que aquilo que um dia nos deixou à míngua, hoje sobeja e consegue enfartar-nos.

Dêem-nos pouco ou nenhum espírito à alma e, um dia, olhares baços e pessimistas convertem-se em fatalidades aceitáveis.

Façam-nos acreditar que não merecemos mais do que possuímos e, um dia, sem que tenhamos consciência disso, aceitamos com gratidão os infortúnios que a roda da vida nos reserva.

No final do dia, tudo se resume a uma questão de aceitação.

E no dia que aceitamos reduzir-nos a um estado inferior àquele a que pertencemos, reagimos com desconfiança àqueles que nos recordam o valor que possuímos.

Os dias que correm

A.N, 01.02.09

São de cinema

 

"A troca"

 

e de antecipação de Óscares

 

 

"Milk"

 

 

Com tempo para teatro de qualidade...

 

 

Porque quando há vontade, não há chuva que nos demova.