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O mundo da Ch@p@

TGIF

A.N, 30.10.09

 

 

 

 

E é então, na hora de todas as possibilidades, no derradeiro momento da esperança laboral que batem as seis horas e com elas a porta do escritório.

 

Que se dê, então, início aos festejos.

O Camareiro tinha um amigo

A.N, 25.10.09

 

 

 

E esse amigo disse a outro amigo que fosse até ao D. Maria II ver como se faz bom teatro em Portugal e ainda se enchem salas de espectáculos,com um público variado e entusiasta quando somos capazes de abdicar de noites inúteis de sofá e se começamos a estar atentos ao caderno de Cultura do jornal.

...

A.N, 25.10.09

 

 

Se renunciar à religião católica implica, segundo se diz, renunciar à nacionalidade portuguesa, então que atire a primeira pedra aquele que sempre desejou apenas ser português.

Caim

A.N, 25.10.09

 

Numa fase tardia da adolescência, pertenci a um grupo de jovens católicos que se reunia, semanalmente, para problematizar, de forma literal, as situações com que se batiam diariamente e os desafios que lhes eram colocados pela actual sociedade laica.

Quando digo de forma literal , significa que invariavel e voluntariamente me encerrava todas as quartas-feiras à noite numa sala onde me exigiam que pusesse a nú os meus pensamentos, opiniões e episódios quotidianos; onde me era ordenado que aprofundasse e problematizasse as minhas escolhas e invariavelmente me levavam a concluir que a salvação terrena passa pela evangelização de terceiros.

Recordo, com um sorriso, o desconforto que antecediam aquelas reuniões e que via espelhado no rosto da minha amiga A. que me solicitava ajuda para inventar problemas e indecisões para que não lhe faltassem trunfos na discussão que se seguia.

Recordo, ainda, o sarcástico comentário do meu pai ateu todas a vezes que saía de casa para ir a essas reuniões: “Coitadinha, é jovem...não pensa!”.

Paradoxalmente, Saramago , cuja obra continuo apenas a conhecer de forma muita incipiente, e a sua mais recente polémica, traz-me à memória a minha antiga proximidade cristã, pois à semelhança do que sucedia naquela altura, a sua aparente necessidade de problematização e a inevitável e redutora rejeição preliminar do catolicismo, conduzem-me a um estado de extremismo, com o qual nenhum ser adulto esclarecido e racional se pode e deve conformar.

À semelhança do que sucedia na facção católica, parece-me que Saramago encara as questões de forma demasiado séria , para delas extrair verdades absolutas e conclusões demolidoras que o parece conduzir a uma espécie de evangelização encapuzada, destinada a convencer os restantes da idiotice abismal que é o catolicismo.

Jamais colocando em causa a inteligência do premiado escritor e esclarecendo que hoje em dia não me posso, por uma questão de coerência, apelidar-me de católica, prefiro, por respeito à obra e à pessoa, acreditar que as palavras proferidas no lançamento de “Caim”, não passam de um desabafo inconsequente e de uma já não inovadora estratégia comercial, capaz de colocar o livro nas mãos de quem o conhece e de quem nem por isso.

Por outro lado, uma brilhante amiga comentava no outro dia que no seu entender José Saramago não passava de um grande sádico que com a sua escrita controversa e imaginação violenta, proporciona verdadeiros momentos de sofrimento aos seus leitores, dificultando-lhes uma tarefa que é suposta ser prazeirosa: ler. Não sei se concordo com a minha amiga, mas a julgar pela sua persistência nos temas católicos e considerando a sua aversão por aquela religião, não há dúvida que o masoquismo só pode ser apreciado pelo Nobel português.