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O mundo da Ch@p@

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A.N, 29.04.11

As mais recentes sondagens eleitorais e respectivos resultados mergulham num exasperante estado de desilusão e depressão aqueles que compõem o eleitorado pensante, inconformado e, principalmente, consciente dos seus deveres e direitos cívicos.

 

Condescender perante o PS e o seu líder José Sócrates e justificá-lo com a recente actuação inepta, irresponsável e desacreditada do PSD,  faz tábua rasa a dois mandatos profícuos em escândalos, corrupções, mentiras e desonestidade intelectual.

 

Reeleger José Sócrates significa desresponsabilizá-lo por actos e opções cuja responsabilidade ele deveria ter assumido e não o fez (ou alguns membros do seu governo o deveriam ter feito), num momento em que os grandes exemplos de seriedade, rigor, profissionalismo e sentido de responsabilidade deveriam ser imperativos máximos.

Como podemos pretender assumir-nos como sérios, empenhados e criar confiança nos mercados se a maioria do nosso eleitorado se revê num exemplo que não o é? Como pode esse exemplo, conscientemente, representar-nos? E como podemos reciclar a imagem  deste país actual e profundamente manchada por escândalos políticos e uma séria crise financeira, amplamente discutida e conspurcada além fronteiras?

 

Qualquer voto que não confirme a vitória do PS, neste momento, não pode nem deve ser interpretado como um apoio directo a uma oposição que infelizmente não se assume como alternativa.

Não votar em José Sócrates significa  punir quem nos desiludiu e não deixar incólumes as histórias mal explicadas dos seus mandatos.

Que não se esperem reviravoltas súbitas e soluções milagrosas num futuro próximo, mas castigue-se quem não nos respeitou e abusou da ignorância do eleitorado, sem pudor, mazelas ou qualquer sentido de Estado.

 

Numa época em que tanto é exigido aos portugueses, continua sem se perceber porque é que estes exigem tão pouco.

Em modo de férias

A.N, 27.04.11

 

 

As grandes questões impõem-se : Hola vs Caras.

Porque é que o jet set espanhol parece ser exclusivamente composto por herdeiros do trono e o jet set português - não obstante os Órleans e Bragança (!) e os modelos alegadamente Prada - se assemelhar sempre a filhos bastardos?

 

No Chapitô

A.N, 18.04.11

Os lugares são poucos; as cadeiras desconfortáveis e a tenda claustrofóbica.

O cenário é inexistente e o elenco é diminuto.

Mas, no Chapitô, em todas as peças, acontece magia.

Fazem-se omeletes sem ovos, com afinco e disciplina, num trabalho árduo e de elevado valor artístico.

E mais do que em qualquer outra sala de teatro, o público, sem esforço ou necessidade de imaginação prodigiosa, constroí a peça, com a cabeça e o coração,  nunca se arrependendo de ali ter chegado.

 

A não perder, até 24 de Abril, o Cemitério dos Prazeres.

Happiness Project

A.N, 18.04.11

 

Conhecer-me.

Conhecer os que me rodeiam, filtrar o que não interessa, valorizar os minutos preciosos das insignificâncias dos pequenos dias.

Elogiar sem pudores, sentir vergonha das críticas desmedidas e não merecidas.

Perdoar e conseguir esquecer.

Não esquecer, mas melhorar.

Ser verdadeira sem ferir. Aceitar que o altruísmo, no sentido estrito da palavra, é utópico, mas ainda assim, não desistir de quem merece.

Manter o pensamento positivo e relativizar, mas deixar-me cair sem culpa quando o peso se tornar insustentável, com a certeza que os momentos maus só podem melhorar.

Ficar feliz pelos outros nos meus momentos de tristeza.

Desejar o melhor e aceitar o mau que nos toca.

Tomar a opção, deixa para trás um caminho e não me arrepender, mantendo presente o ritmo cardíaco do momento da decisão.

Aceitar a imperfeição, mas procurar ser perfeita nela.

Não esperar.

Não concentrar as expectativas num só item.

Levantar-me e manter o sorriso.

 

E, acima de tudo, saber agradecer e reconhecer quem me tem ajudado a fazer o caminho.

 

Não sendo dada à espiritualidade, este parece-me ser um mantra que vou conseguir recitar.

...

A.N, 12.04.11

Dois amigos americanos, com origens, respectivamente, hawaianas e japonesas, anunciaram-me ontem a chegada do seu terceiro filho, o muito desejado rapaz.

O email dizia assim "Baby boy has arrived. Kona B. (tentative name = Vaikona Torao B.)".

 

 

O meu avô insiste que eu não compreendi bem o email, nem entende o meu dilema moral em cumprir o meu dever de informação e esclarecimento.

Segundo ele, chama-se Coina e fica ali para os lados da Quinta do Conde.

 

A ternura do tabu

A.N, 06.04.11

Um almoço romântico entre marido e mulher.

O jardim pintado com tons dourados de sol,  num verão antecipado que os faz esquecer a despesa pública.

O marido pede dois cafés e partilha com a sua jovem esposa o açúcar.

Ao pegar no pacote de açúcar Nicola, o marido lê, pausadamente, a respectiva frase do dia: "Um dia vamos sentir borboletas na barriga. Hoje é o dia!"

 

O marido olha ternamente para a mulher, acaricia-lhe a mão e sorri, dizendo: "Já viste, nós nunca mais vamos sentir borboletas na barriga"!

 

Ela pediu a conta.

 

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