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O mundo da Ch@p@

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A.N, 31.10.12

Ao ler os meus últimos posts durante o seu frugal pequeno-almoço, o Y. alertou-me que ando "completamente noutra".

 E tudo graças à minha ignorância, não apenas de factos históricos, como também da filmografia de Silvester Stallone.

Ao que parece o Rocky só arreia na malta dentro de ringues de boxe e é o Rambo quem se aventura com máquinas de guerra e provoca razias monumentais em cenários de destruição.

Por outro lado, o Rambo (e não o Rocky como eu até há instantes achava), na sua terceira investida, não limpou o sebo a quaisquer talibãs. Antes pelo contrário, o bom do rapaz foi até ao Afeganistão ajudar o povo afegão na luta contra os malvados e vermelhos russos.

 

Potatoes, potatoes.

Errata

A.N, 25.10.12

 

 

Afinal, os marmanjos a quem Rocky limpou o sebo não eram bérberes, eram talibãs.

E segundo os créditos finais, o filme é dedicado ao povo do Afeganistão.

O filme data de 1982.

 

Curioso.

Neste preciso momento, no canal Hollywood

A.N, 25.10.12

 

Rocky (III) limpa o sebo a uns marmanjos berberes em pleno deserto.

Fala pouco, luta muito,ostenta músculos gregos, mas paradoxalmente quando corre (ou será que saltita) parece uma geisha do antigamente.

Escapa incólume  a bombas e granadas, tiros e armadilhas mortíferas. Pelo meio arranja tempo para guiar tanques de guerra, sorrindo simultaneamente para uma criança que sabe-se lá porquê parece ter sido apanhada no meio daquele reboliço agressivo enquanto jogava ao pião.

 

Dizem os entendidos que estamos, neste momento, a assistir a um clássico.

 

À terceira explosão, recordei o motivo pelo qual nunca devemos ouvir os entendidos quando se trata de discutir cinema.

Acção/Reacção

A.N, 24.10.12

 

 

Aconselham-me os sábios a dormir, a dormir muito, a dedicar várias horas ao descansado divino e merecido, neste caso, da guerreira, porque os tempos que se avizinham serão agitados.

Entendo e agradeço o cuidado, mas estranhamente o meu organismo reage de forma autónoma e estupidamente oposta e a insónia instala-se.

 

Quem diria que o céu às cinco da manhã pode ser tão parecido com aquele que agora vejo às oito e vinte  e que quando acordo às quatro e meia, elétrica, consigo sentir a energia que geralmente se instala lá mais para as onze da matina?

 

Estranha máquina esta.

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A.N, 19.10.12

 

Ontem à noite, na RTP 1, passou um telefilme português, acerca das práticas de "bullying" nas escolas nos dias de hoje.

Uma versão soft, na minha opinião, especialmente se comparada com outras histórias de terror psicológico e desfechos dramáticos, como por exemplo a história de Amanda que neste momento choca o Canadá. Ainda assim, o telefilme da RTP perturba, especialmente pais que se preparam para pôr no mundo e nesta sociedade mais um cidadão.

 

Como protegê-lo q.b e educá-lo para sobreviver num ambiente hostil, onde agressões destas fazem sistematicamente páginas dos jornais ?

 

O bullying não é um fenómeno actual, nem um produto da internet ou da era moderna.

Uma exemplar prova da violenta e perversa psique infantil encontra-se retratada no filme "Senhores das Moscas", baseado no livro de William Golding que ainda hoje me faz ser céptica, em relação à bondade e alegada inocência intrínseca dos mais pequenos.

 

Nos primórdios dos anos 90, as "bullies" da minha escola gozam com as meninas que não se vestiam com as marcas da moda, criavam jogos em que ridicularizavam as suas famílias, escolhiam vítimas aleatoriamente, as quais graças  Deus apenas usufruíam desse estatuto por um limitado período de tempo. Não havia forma de prevenir ou detectar precocemente a ameaça. Da mesma forma que era quase inevitável que num ímpeto de sobrevivência as vítimas se aleassem às agressoras no ataque a outra presa.

 

Não havia internet, é certo, mas existiam comentários maldosos propagados intencionalmente nas cadeiras e mesas das salas de aulas, nos corredores e paredes da escola. Existia ainda manobras de terror psicológico e esquemas de alienação social.

Ao menos valia-nos a rotatividade: a velocidade em que um agressor se convertia em vítima era estonteante, o que fazia jus à expressão que dita que não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.

 

Existiam meios menos agressivos de perseguição, é certo, mas também existiam carapaças mais duras, pais mais atentos, avós disponíveis, professores mais alerta. Apesar disso, se bem me recordo, ainda assim se sofria.

 

Viajando no tempo, torna-se díficil sentir saudades da adolescência. E mais díficil ainda pensar que um dia teremos que preparar um outro ser para a enfrentar e sobreviver.

 

 

 

 

 

Descanso forçado, mas relativo

A.N, 18.10.12

 

 

Quem disse que a chegada do Outono (a verdadeira, não a do calendário) é necessariamente triste, é porque não anda a prestar atenção ao bons produtos da época.

 

 

 

Downton Abbey, Terceira Temporada

 

 

Homeland ("Segurança Nacional"), Segunda Temporada

OE 2013

A.N, 12.10.12

Curiosa a técnica de redacção jurídica utilizada no projecto de Orçamento de Estado para 2013, de acordo com o Jornal Público.

 

No que respeita a cortes de pensões, diminuição dos valores pagos por trabalho prestado em dias de feriado, diminuição de IRS e corte nas deduções que nessa sede se pode fazer, no que respeita a despesas de habitação, a redacção, a julgar pelas noticias do Público, parece ser clara, determinante, criadora de verdadeiras obrigações e vínculos jurídicos.

 

Surpreendentemente, no que respeita aos cortes nas PPS e à renegociação dos pactos leoninos que lhes estão na base, o tom muda. Ora, segundo o Público, a versão preliminar da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2013 refere que “o Governo compromete-se a envidar os melhores esforços para renegociar, em termos vantajosos para o erário público, os contratos de PPP, utilizando, para tal, os meios necessários compatíveis com o respeito das sãs práticas internacionais”.

 

Picado e espremido, o cidadão, de um ponto de vista obrigacional, paga ou perde. O Governo, por sua vez, tentará ver o que é que pode fazer...

 

O triste é que de uma forma ou de outra o cidadão acaba sempre por pagar. Pelo menos os 45% de cidadãos portugueses que pagam impostos, as baixas fraudulentas, a escola dos filhos dos traficantes de droga que não declaram rendimentos, a vida dos milionários que dissiparam o seu património através da sua prole gigantesca, as auto-estradas que ninguém usa, os carros milionários dos senhores ministros, secretários de estado, adjuntos e "chegamissos" ou mesmo de líderes de grupos parlamenres que livre-nos Deus se algum dia os tivéssemos de ver a andar de cú tremido num Renault Clio.

Este mês

A.N, 09.10.12

 

- A não perder, no próximo Domingo, no Jardim da Estrela.

 

 

Bon Iver, dia 26 de Outubro, no Campo Pequeno

 

 

Twin Shadow, "Confess", a tocar, on repeat, cá por estes lados.

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A.N, 05.10.12

Porque tristezas não pagam dívidas ( e muitas terei, certamente, no final deste ciclo !) , hoje continuamos furiosamente o "nesting" para o pequeno Menino Jesus.

Palavra que se há um ano atrás me dissessem que se podia tornar viciante comprar tecidos infantis, berços, casacos minúsculos e bodies de abertura fácil, acharia que esse filme não era para mim. Se me alertassem para a alegria que encontrar um varão de cortinados com motivos infantis pode causar no meu dia-a-dia e me tivessem esclarecido que montar móveis do IKEA pode ser uma tarefa relaxante, suspeitaria da sanidade mental do povo em geral.

Se, há um ano atrás, imaginasse que o nosso escritório pseudo-intelectual, de paredes encarnadas e posters de propaganda comunista russos dariam lugar a um antro branco, cheio de luz e sossego (enquanto os berros do Menino Jesus não chegam), juraria a pés juntos que não conseguiria nunca abdicar do meu espaço vital de trabalho.

E agora eis-nos aqui, entre caixas e caixinhas, laçarotes e envoltas ternurentas, entre berbequins e prateleiras, a dar forma ao principio da nossa futura e pequena família. Cansados até à medula, mas com um sorriso do tamanho do universo.

 

 

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