Da privacidade
Para o cidadão comum, é uma escolha preservá-la . Para uma figura pública, é um custo de oportunidade.
Partilhar sentimentos, estados de alma, temores e dúvidas, na internet, já não é devassa: é partilha. Parte do próprio interessado e, em caso de danos ou prejuízos para o próprio, estamos inevitavelmente perante um caso de culpa do lesado.
O problema reside quando a partilha de uns envolve a devassa a privacidade de outros.
Na primeira aula de introdução ao direito, aprendemos que a minha liberdade termina onde a do próximo começa. Na internet e no facebook, este principio geral deveria aplicar-se, mas neste ambiente o rei vai nú.
Ontem, num fórum online com cerca de 4000 participantes, vi (ou li) a vida de uns conhecidos partilhada por um mãe emocionada e sofredora. Fê-lo de forma discreta, quase que sob a forma de um poema, mas ainda assim fê-lo.
A questão, dado o nível da partilha, a meu ver, não é jurídica, mas moral.
Não terá aquela mãe amigos com quem partilhar? Ou nos dias que correm a dor pública é mais real?