Xela, Guatemala
Os acessos em construção, vias sem separadores, casas inacabadas e a noite cerrada não ajudaram a não criar uma boa impressão (O mesmo se dirá da condução demoníaca dos guatemaltecos que nos valeu alguns sustos durante toda a viagem).
Ausência total de edifícios com mais do que um andar, arruamentos de terra batida toscamente delineados, lixo descuidadamente esquecido junto aos passeios.
Porém, este cenário desolador é surpreendentemente substituido por um centro histórico do estilo colonial, com colinas que lembram Salvador da Bahia ou até a própria Lisboa, edificios majestosos da época gloriosa da colonização espanhola, chão empedrado, igrejas em festa devido às celebrações da Semana Santa (uma das principais festividades daquele país) e um mercado agitado, com iguarias de cheiros intensos que parecem fazer as delícias dos locais, mas despertam desconfiança nos turistas.
Quetzaltenango, no verão, converte-se num dos principais centros de ensino de espanhol, motivo pelo qual centenas de estudantes, todos os anos, aí permanecem .
Durante a semana santa, pese embora as elaboradas e solenes procissões e o turismo peculiar que, de certa forma, as mesmas atraem, o ambiente é tranquilo e os passeios agradáveis, não se sentindo o turismo massivo que encontramos, por exemplo, em Chiapas, México.
Curiosos, assistimos ao fervor religioso, às gentes indígenas vestidas de forma tradicional que palmilham as montanhas em redor, à simpatia dos seus habitantes, ao cenário perdido no tempo da América Central.
De forma tímida, a Guatemala começava a revelar-se.
Mas será que conseguimos, realmente, entender?