A história do macaense de Londres
Ao ser convidada para entrar neste blog (o primeiro para o qual sou convidada!), prometi à Rit@ que tinha uma história para contar. Tem em parte a ver com memória, ou com a falta dela... Cá vai ela...
A HISTÓRIA DO MACAENSE EM LONDRES
Visualizem: Londres. Aeroporto. Princípios de Outubro. Eu à espera das malas. Eu nas escadas rolantes a caminho do tapete das malas quando...
"Desculpe... Por acaso não foi ao concerto da Dido?!"
Hello?!?!?!?!?!? OK. Isto NÃO pode ser uma pergunta daquelas que se atiram para o ar, do género "Desculpe, tem horas que me diga?". Este ano houve dezenas de concerto em Portugal, como é que ele ia acertar logo num dos que eu fui, que nem sequer estava muito cheio? Se ainda dissesse "Desculpe, não esteve no Rock in Rio?" ou "Desculpe, não esteve na última noite da Expo?" Agora Dido... Quem é que vai à Dido? Só eu, e milhares de casalinhos românticos insuportáveis. Ora, partindo do princípio que o amigo não atirou a pergunta para o ar, quer dizer que ele foi ao concerto, e que se lembra de me ter visto lá. OK. Novo pânico. Como é que uma pessoa se lembra de uma outra que só viu uma vez na vida, e a quem nem dirigiu a palavra? Será que ele era uma das poucas pessoas que não estava com parzinho? Será que fiz eye-contact com ele? TÍPICO!... Decisão de começo de ano: nunca mais fazer eye-contact com estranhos. "Mas porquê??? É uma emoção", clama uma vozinha dentro. Ok, voltemos ao amigo macaense.
"-Fui, fui ao concerto...
- Ah, é que me lembro de te ver lá
- Hummm" O que é que se diz nestas situações?!?
Bem, e porque eu sou uma mole, lá fomos os dois à conversa buscar as malas. Afinal, no meio do aeroporto desterrado de Gatwick, aquela pessoa era quase família. Conversa de chacha, e realizámos que vínhamos no mesmo avião de regresso.
Paragem para ele trocar dinheiro.
"-Quanto dinheiro é que achas que eu troque?
-? Sei lá! Não sei o que vais fazer, se vais dormir em casa de amigos, se vais a teatros, jantar fora..."
Pronto, lá se decidiu e sacou de uma nota de 500€.
Nisto, momento desconfortante quando a nota dele de 500€ foi examinada por não sei quantas pessoas diferentes. A páginas tantas o homem dos câmbios virou-se para ele e perguntou-lhe se ele não tinha outra nota . (Hello?!?!? Quantas pessoas neste mundo é que andam a passear notas de 500€ pelas ruas?!?!)
Mas não! O meu amigo (que por respeito vou omitir o nome) tinha uma outra nota de 500€.
Trocas feitas, sorrisos trocados, e eu aliviada por perceber que não ia presa como cúmplice de falsificação de notas.
Combóios, e "adeus, diverte-te!"
"-Espera! Podes-me dar o teu número de telefone?
MERDA! Porquê que estas coisas só me acontecem a mim?!?!!
-Olha, é que eu não vou ter dinheiro para o roaming.
- não faz mal, eu mando mensagens.
-Deixa-me antes ser eu a ficar com o teu.
-Ok. É o .... E o teu?"
Man! Não consigo dar os dois últimos algarismos trocados. Simplesmente não consigo. Lá dei.
No dia de regresso, às 6h não o vi. E end of story.
Era o endes! A história não acabou enquanto não recebi três simpáticas mensagens dele:
1 - "Olá! Ca estamos outra vez. Gostaste de Londres? Foi pena não nos encontrarmos outra vez. Afinal não ocorreu “não há 2 sem 3”. Mas vi-te...”
OK. O que é que quer dizer “não há 2 sem 3”?!?! se a 1ª vez a que ele se refere eu não o vi!!!!!
Passados uns minutos...
Bip! Nova mensagem.
2 - “... sair do avião. Tens e-mail? O meu é XXX Keep in touch. Pode ser que ainda encontramos em algum concerto”
Passados uns dias, nova mensagem...
3 - "Olá Rita do Dido. Aqui é o XXX do avião. Bla bla bla.............."
PORQUÊ?!?!?!?!
E ainda por cima ainda fico com remorsos por não lhe responder.
Amigo, se estás a ler isto, desculpa, mas neste momento a minha vida está demasiado caótica para me envolver em novas relações. E tens que concordar, que isto é um evento meio surreal!!!
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