Rússia
Viajámos no tempo, muito mais do que o fizemos no espaço.
O choque inesperado de culturas; a impaciência do viajante e a relutância dos visitados; a ideia inocente de que a União Soviética ficou para trás; vislumbres de uma vontade de progredir, amarrados a entraves do passado.
Assim nos pareceu a Rússia.
Por um lado a distante, observadora, fria e indiferente cidade de Moscovo, paredes meias com verdejantes paraísos rurais, a quem o tempo insiste e a corrupção dos dias que correm insistem em não visitar.
Altiva, elegante e reservada, S. Petersburgo não perdeu a herança da cidade imperial que lhe subjaz...mas intimida e não nos permite esquecer que os tempos e as vontades ainda são outras.
Será, talvez, uma viagem para não repetir tão cedo. Mas será, certamente, uma viagem que alcançou algo que algumas outras não o fizeram: a imortalidade da memória.