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Depois da minha primeira reunião de milhões, recheada de fatos de bom corte e sapatos impecavelmente engraxados, percebi que a crise de que se fala existe apenas nos bolsos dos casacos de polyester da Zara e nas filas tristes de final de dia no Minipreço da minha rua.
Falou-se dos milhares perdidos em Bolsa e dos bons investimentos nos mercados asiáticos.
Enquanto esta realidade distante se erguia perante os meus simples olhos, observei os colarinhos bem engomados e pensei que em tempos de crise, nada como ser medianamente pobre, sem milhões para perder ou cofres para comprar.