...
Começar o ano com absolutamente nenhuma resolução parece-me não só preocupante, como flagrantemente revelador da apatia intelectual em que se cai, quase que intencionalmente, quando as questões são demasiado cruciais para lhes atrevermos a dar uma resposta.
Dizer-se que a partir de hoje se inicia um novo ciclo parece-me demasiado optimista, porque no fundo próximo o estado das coisas permanecerá inalterado.
Assim, concluir-se-á, uma vez mais, que as ocasiões que marcam viragens não são necessariamente aquelas que se encontram sublinhadas no calendário, mas sim as pequenas decisões que tomamos diariamente com a leveza dos inconscientes.
Não obstante, o ano novo continuará a ser sempre uma fantástica desculpa para uns tantos merecidos excessos.