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A.N, 01.02.09
Dêem-nos pouco alimento e ao fim de uns dias, o estômago encolheu de tal forma que aquilo que um dia nos deixou à míngua, hoje sobeja e consegue enfartar-nos.
Dêem-nos pouco ou nenhum espírito à alma e, um dia, olhares baços e pessimistas convertem-se em fatalidades aceitáveis.
Façam-nos acreditar que não merecemos mais do que possuímos e, um dia, sem que tenhamos consciência disso, aceitamos com gratidão os infortúnios que a roda da vida nos reserva.
No final do dia, tudo se resume a uma questão de aceitação.
E no dia que aceitamos reduzir-nos a um estado inferior àquele a que pertencemos, reagimos com desconfiança àqueles que nos recordam o valor que possuímos.