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Quando uma relação chega ao fim, seja ela de que índole for, uma das partes acaba, inevitavelmente, lavada em lágrimas, enquanto que a outra, por muito que disfarce, aproveita o momento para vender lenços.
Recuperados do choque inicial, propicia-se o ressentimento, a ligeira amargura do que poderia ter sido, a leve mágoa do que gostaríamos que viesse a ser. Mas raramente se aproveita o luto para fazer um rastreio de consciência, para pesar as atitudes menos boas que nos conduziram, ainda que subtilmente, a um resultado inesperado.
O tempo é de ruptura e mudança. E ainda que não se saiba se vender os lenços ou limpar as lágrimas, a certeza perdura: ninguém muda para pior ou porque se farta de estar bem.