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O mundo da Ch@p@

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A.N, 19.08.09

 

Na minha família não foi dada qualquer escolha às mulheres no que respeita a futebol: os jogos são para se ver, os resumos alargados também, os debates facciosos que se seguem são comentados e o Sporting, claro está, é o clube de eleição.
As mulheres da minha família gritam e emocionam-se, choram e celebram, zangam-se e revoltam-se, vangloriam-se e discutem episódios de um desporto que na realidade não entendem. Desconhecedoras das regras e regulamentos, leigas nos seus termos e calão, ignorantes dos nomes das taças e da maioria dos árbitros, dos direitos de opção ou valores de passe, ainda assim elas vivem o espectáculo das massas com a mesma intensidade que o faz um calejado treinador de bancada, um comentador desportivo de café ou muito provavelmente o primo direito do Paulo Bento.
Ao assistir a um desafio de futebol na companhia das mulheres da minha família, o espectáculo vale por dois. Afinal, por muito que um homem se envolva, não existe emoção como a feminina, não existe nada mais divertido que a entrega feminina a uma dor alheia e nada é mais comovente do que ver a minha avó de oitenta anos gritar que o Sporting merecia ter ganho, não fosse esse malandro do árbitro que só gosta dos “outros que andavam desertinhos por marcar um golo!”

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