Julie and Julia
Imaginar uma vida sem o prazer de comer, parece-me quase tão incompreensível como a hipótese de alguém, conscientemente, optar por ser infeliz.
Uma coisa é comermos para viver e nessa perspectiva, a qualidade, o tempo e a dedicação que dedicamos à confecção das refeições pode ser secundária.
Para aqueles, porém, que vivem para comer, a cozinha e a quimica alimentar tornam-se, em muitos casos, uma paixão que como todos os grandes amores não caminha sózinha e exige tempo, estudo, paciência e muita dedicação.
Um exemplo flagrante do atrás referido é a história que nos traz Julie and Julia , um filme sobre o qual apenas por atraso, desleixe e cansaço ainda não foi aqui comentado.
A história é simples, como não o poderia deixar de ser, na medida em que é inspirada em factos verídicos.
O enredo é leve, divertido e mais do que isso violentamente tentador e apelativo aos sentidos.
Quem não conseguiu sentir o sabor e aroma da pequena cozinha de Queens que atire a primeira pedra ou o livro de receitas da saudosa Maria de Lurdes Modesto, honrosamente guardado na estante dos meus pais.
Não sendo um grande filme, ameaça levar Meryl Streep ao Óscar, pela sua indefectível interpretação de Julia Child, ao mesmo tempo que me conduz a uma busca online de cursos de culinária, não fora eu enquadrar-me na perfeição no grupo de pessoas para quem um dos maiores prazeres do mundo, sucede a um sonoro e bem pronunciado bon appetit!