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A.N, 04.01.10
Encerrar um ano não significa, necessariamente, proceder a uma avaliação do que foi feito e do ficou por fazer, nem nos obriga, forçosamente, a elencar os eternos itens adiados ou a classificar a lista dos objectivos inalcançados.
Encerrar um ano, por vezes, pode apenas significar encerrar um ciclo, uma fase, um episódio, uma alegria ou um trauma e, como tal, o sobrevalorizado encerramento a trinta e um de Dezembro é susceptível de acontecer a trinta de Abril ou Outubro.
Os melhores encerramentos são os que não comportam balanços ou liquidações; são aqueles que quase não recordamos e os quais somos forçados a recordar no momento em que constamos que algures no passado assim procedemos.
Se à meia noite do passado dia um de Janeiro tivesse comido passas, uma delas teria, certamente, sido dedicada a um desses capítulos finais.