Sinais de fogo
A entrevista dura e incisiva a Gonçalo Amaral não teria nada de surpreendente, não fosse o tom adocicado e manso de Miguel Sousa Tavares na entrevista ao Primeiro Ministro da semana passada.
Com Sócrates (e com alguma surpresa!) MST adoptou um tom de flirt suave e cauteloso, típico de dois amantes que paradoxalmente se respeitam e odeiam.
Por sua vez, com Gonçalo Amaral, o arrogante e desdenhoso comentador regressou, sem pudores ou gaguez, substituindo a fingida timidez da semana antecedente pela altivez com que pautou, desde sempre, as suas intervenções.
Julgava que o jornalismo, na sua génese, deveria ser isento.
Há tempos, julgava também que a ingerência do Governo nos meios de comunicação social não passa de uma cabala.