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O mundo da Ch@p@

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A.N, 01.11.10

As descobertas de um viajante com limitações de tempo e exclusivamente adjuvado pelo Lonely Planet correm, por vezes, o risco de redundar em tremendos falhanços.

 

Tendo decidido confiar cegamente nos conselhos do Lonely Planet, decidimos, uma tarde, apanhar um autocarro que partiu da estação de autocarros central de Tel Aviv (que para aqueles que ficarem hospedados na parte norte cidade deverá ser uma segunda opção, uma vez que a estação de Arlozorov serve condignamente aquela parte da cidade) e partimos para Jerusalém, onde vinte minutos depois partimos num outro autocarro em direcção ao Mar Morto.

 

A ideia era finalmente conhecermos o mar que apesar de paradoxalmente não nos deixar mergulhar ou nadar, nos ilustrava o imaginário, com a perspectiva de aí podermos dedicar-nos, em simultâneo, à leitura do jornal e a flutuar.

 

O paraíso, contudo, ficaria adiado para uma outra oportunidade.

As praias do Mar Morto, pelo menos a julgar pelo que ficámos a conhecer do lado israelita, são privadas, o que significa que apenas as podemos aceder mediante o pagamento de uma taxa de entrada ou o ingresso num dos spas da zona.

 

Desconhecedores, acolhemos com agrado a sugestão do Lonely Planet de visitar a primeira praia acessível de quem viaja de Jerusalem: Kahlia Beach.

 

O que aquele guia, porém, não nos disse foi que o autocarro que nos levou àquela zona do planeta pára a mais de dois quilómetros da praia que por sua vez está pejada de turistas de avançada idade,  dispõe de uma área de banhos reduzida e de água turva e suja.

 

Ainda assim e apesar da desilusão inicial, com alguma capacidade de abstracção, flutuar com as montanhas da Jordânia do outro lado da margem a saudar-nos fez-nos esquecer o percurso palmilhado, num primeiro momento, sob uns arrasadores quarenta graus e num segundo momento, sob a mais profunda escuridão, de regresso a uma paragem de autocarro não assinalada ou iluminada, onde cedo descobrimos que os autocarros podem ou não (!) parar.

 

Quarenta minutos de espera na escuridão do deserto, sem certezas de chegar a algum porto, felizmente a boleia chegou na figura de um bom pai de familia de Jerusalem, patriarca de uma familia com 3 filhos que nos informou que os autocarros naquela zona são erráticos e que a boleia ainda se pratica, com regularidade, em Israel.

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