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O mundo da Ch@p@

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A.N, 21.12.10

 

 

 

Vivem-se tempos controversos e cínicos.

Quando, numa entrevista de trabalho, nos perguntam como nos imaginamos num prazo de cinco anos, na realidade o nosso interlocutor está-se nas tintas para os nossos sonhos de viver no campo e perto da praia, para o upgrade do lcd  de 40 para 43 centímetros, dos dois filhos loirinhos que gostávamos de ver no banco detrás do carro ou a carrinha Mercedes que sonhamos ter estacionada à porta de casa.

Imperdoável para o nosso entrevistador é ousarmos dizer que não fazemos ideia do que pretendemos da vida, a curto, médio ou longo prazo. Ser feliz é um objectivo para mentecaptos e tornou-se um pecado capital ter dúvidas quanto ao dia de amanhã e acreditar que o futuro se constrói passo a passo, dia a dia.

Exigem-nos que tenhamos feito os trabalhos de casa, que tenhamos estudado o (eventualmente) existente plano de carreira das empresas e que saibamos de cor quais as funções que gostaríamos de usurpar a alguém num modesto prazo de 5 anos. E acima de tudo temos que mostrar que sabemos coser com as linhas que nos dão, ainda que o dedal nos escorregue do dedo.

 

 

 

 

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