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Eu não tento explicar o que levou aquelas pessoas a esperar de madrugada, à chuva, pelo resultado do escrutínio.
Não vou perder tempo a justificar ou a encontrar razões lógicas, racionais e isentas que possam justificar o descontrolo emocional, a barbárie da violência, a revolta nas palavras e nas acções.
Afinal, aconteça o que acontecer, no dia seguinte a vida continuou, retomando a marcha no exacto momento onde a pausámos.
Pertencer a um clube é como acreditar em Deus; como ter uma religião em que se acredita porque sim, porque algo íntimo nos compele a acreditar e a vivê-la, numa época de pura descrença e de estimado rigor científico.
Não se explica nem se vende, não se empresta ou impinge.
Pertencer a um clube , no limite, consiste nisto: numa espiral irracional e despropositada, num desperdício de tempo, fundos e expectativas.
Mas para as pessoas que realmente importam, que realmente entendem o que é ser clubista , não é preciso voltar a explicar tudo isto, certo?