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O mundo da Ch@p@

Porque não há escola que nos prepare para estas lições

A.N, 18.06.11

Táxi. Três da tarde.

Avenida da Liberdade. Trânsito congestionado e vias cortadas.

A cidade vendida ao desbarato e o Marquês de Pombal decapitado por um galo gigante, da óbvia marca Continente.

 

Taxista: "Oh menina, sabe que isto é tudo por causa do mulherio. Vêm todas para aqui à procura do príncipe encantado, percebe? E depois dá neste pandemónio!"

Menina: "Principe encantado? Pensava que vinham todas ver o Toni."

Taxista:"E vêm! É isso mesmo, ver o principe encantado do Toni.  O homem põe-nas malucas..."

Menina:"Lá isso é verdade, sim senhor."

Taxista: "É que sabe, tenho andado a pensar nisto há algum tempo. Desde aquela vez que fui mais um grupo de moças e moço para uma dancetaria ali para os lados da Amadora e no final da noite lá se deu uma zaragata e fomos todos para casa. Eu fiquei no quarto, a ouvir uma guitarrada de Dire Straits que na altura gostava muito e ali, nos meus pensamentos, apercebi-me que o que as mulheres querem e precisam de um homem romântico, um homem carinhoso que lhes dê miminhos e faça surpresas e que chore quando tiver que ser.Qual é a vergonha de um homem chorar?"

Menina: "É verdade, sim senhor."

Taxista: "Mas uma mulher, ao mesmo tempo, também precisa de um homem magano. Percebe? Um tipo que além dos mimos seja magano debaixo dos lençois e...olhe...lhe mande umas valentes pinocadas, sabe? E este Toni é assim. Daí este pandemónio e as mulheres andarem todas malucas."

 

Pausa.

 

Semáforo encarnado.

 

A menina pede recibo e abandona o táxi sem olhar para trás, considerando, porém, redefinir antigas noções de contos de fadas.