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O mundo da Ch@p@

Margaret Thatcher

A.N, 15.02.12

Que a Meryl Streep é fantástica e que as personagens, por si, interpretadas se tornam imortais, todos nós sabemos.

Admite-se, por isso, que um realizador ou guionista de um filme que conte com esta actriz no seu elenco, se dêem ao luxo de se desleixar relativamente aos restantes ingredientes que compõem a obra. O que não significa, porém, que o filme não sofra as consequências dessa humana indolência.

Para aqueles que não só nasceram nos anos oitenta, como guardam algumas memórias das mudanças que o mundo viveu naquela década, a "Margaret Thatcher" encarnada pela Mery Streep pode ser compreensível e contextualizada, com intensos exercícios de memória e alguma dose de cultura geral e histórica.

Porém, para as gerações mais novas e pouco conhecedoras do governo de Thatcher, as breves alusões aos atentados do IRA e aos seus prisioneiros que morreram durante a greve de fome pouco ou nada acrescentam para a compreensão global da mulher inglesa que durante onze anos liderou um dos países mais poderosos do mundo, em severas condições e num contexto político global que além de inóspito, se encontrava pouco acostumado a vozes de comando femininas.

De igual modo, a animada "I´m in love with Margaret Thatcher" disfarça as monumentais cargas policiais ordenadas, sem pestanejar, pela mulher, cujos principios, assentes em ferro, não cederam em épocas de fortes convulsões sociais e feroz criticismo.

Quem não viveu e recorda os tempos de governação de Margaret Tatcher, ao ver o filme realizado por Phyllida Loyd , não ganha uma perspectiva real das políticas daquela figura mítica.

Peca, assim, o filme por se centrar demasiado no marasmo da sua aposentoria e na degradação da sua saúde mental.

Mas ao menos valha-nos a Meryl Streep, que uma vez mais, actua com perfeição.