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Porque tristezas não pagam dívidas ( e muitas terei, certamente, no final deste ciclo !) , hoje continuamos furiosamente o "nesting" para o pequeno Menino Jesus.
Palavra que se há um ano atrás me dissessem que se podia tornar viciante comprar tecidos infantis, berços, casacos minúsculos e bodies de abertura fácil, acharia que esse filme não era para mim. Se me alertassem para a alegria que encontrar um varão de cortinados com motivos infantis pode causar no meu dia-a-dia e me tivessem esclarecido que montar móveis do IKEA pode ser uma tarefa relaxante, suspeitaria da sanidade mental do povo em geral.
Se, há um ano atrás, imaginasse que o nosso escritório pseudo-intelectual, de paredes encarnadas e posters de propaganda comunista russos dariam lugar a um antro branco, cheio de luz e sossego (enquanto os berros do Menino Jesus não chegam), juraria a pés juntos que não conseguiria nunca abdicar do meu espaço vital de trabalho.
E agora eis-nos aqui, entre caixas e caixinhas, laçarotes e envoltas ternurentas, entre berbequins e prateleiras, a dar forma ao principio da nossa futura e pequena família. Cansados até à medula, mas com um sorriso do tamanho do universo.