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Dizem-me que não posso baptizar o meu filho. Que não faz sentido e que é incoerente com a minha forma de viver e estar porque não casei pela Igreja e limitei-me a firmar um contrato perante uma conservadora e quase duas centenas de familiares e amigos.
Dizem-me que isto não vale, que casamento só há um e é aquele que é celebrado por e perante Deus.
Tentam fazer-me crer que faz todo o sentido privar o meu filho de um ritual de iniciação a uma religião que poderá ou não ser sua no futuro e, essencialmente, justificam a sua opinião com dogmas que não praticam, mas em que alegadamente acreditam. Afinal somos um país maioritariamente católico e, em muitos circulos, atrevo-me a dizer que parece mal dizer que não se pertence àquela maioria.
Procuram, sem que a sua opinião lhes tenha sido pedida, explicar-me que por culpa da nossa heresia - minha e do Y. - o nosso filho não terá direito a um ritual, onde para além de ser convidado a pertencer à família de Deus, grande e misericordiosa, não poderá igualmente beneficiar de padrinhos.
Logo, por minha culpa e minha tão grande culpa, o meu filho terá que se virar sózinho, na eventualidade de algo muito mau nos acontecer e a nós lhe faltarmos. Aparentemente, só têm padrinhos os filhos daqueles que optaram por um casamento católico. Os outros, azar!
Através das opiniões que não pedi , retorno ao ponto de partida da minha pouca fé: definitivamente não é com o catolicismo que não me entendo. Não atino é com as pessoas que o advogam.
Ps. Enquanto escrevo este post o meu facebook rejubila, como nunca, com a eleição de um novo Papa, em contraposição com o silêncio sepulcral em que se viveu durante a renúncia de Bento XVI.