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Juntei-me à carneirada e ataquei esta manhã (que começou à mesma hora que há um ano atrás muitos sábados acabavam - 6:00 h) com uma shopping spree no Mercadito da Carlota. Eu e outras mães, igualmente madrugadoras involuntárias, num ímpeto de fúria consumista para os pequenos. Porque, quer se queira ou não, pelo menos enquanto os rebentos não têm o dom da palavra para ousar verbalizar o que se lhes vai nas enormíssimas almas, são as mães vaidosas que ditam os seus gostos e hábitos, perpetuando pandams vestuários, nunca deixados ao acaso. Pelo menos nos primeiros anos de vida e certamente com os primeiros filhos.
A fúria era muita. Tamanhos a esgotar, vendedoras atarefadas, um calor dos ananases, tropeções em carrinhos de bebé e bebés aos tropeções. O Ritz foi a arena e para quem conseguiu comprar - o que foi o meu caso, confesso - o delírio justificou-se com os kits maravilhosos que se produzem ( e bem!) em Portugal.
A crise ficou à porta. Ou pelo menos ficou suspensa até à hora do telejornal da noite.
Os sorrisos eram muitos e o ar cheirava a prosperidade.
Por momentos a realidade foi esquecida e o arrependimento consumista adiado para o final do mês.
Não fossem os chambres, as golas com grega e os tons pastel, tudo levava a crer que viviamos na Alemanha e ganhavamos os correspondentes salários.