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O mundo da Ch@p@

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A.N, 28.05.13

É curiosa a perspectiva sob a qual as questões de mobilidade da cidade de Lisboa são encaradas. Temos colinas íngremes, ruas estreitas e curtas avenidas e talvez sejam essas as vicissitudes que condicionam o pensamento das grandes mentes que definem a circulação na capital e que dão primazia máxima ao conforto dos automóveis que por cá circulam.

 

Para um peão ou um residente das zonas imediatamente periféricas ao centro da cidade (leia-se, Marquês, Castilho e Rato), a sensação incómoda com que se fica é que estorvamos. Estorvamos o trânsito das vias rápidas em que as nossas ruas residenciais se transformaram, numa tentativa simpática e hipotética de dar algum descanso ao Marquês e à Joaquim Augusto de Aguiar e permitir vistas desafogadas aos turistas, estorvamos os senhores que têm pressa de chegar ao escritório, estorvamos ao querer estacionar perto de casa, mas a Cãmara Municipal decidiu que a zona será de jardins e os carros, bom, que fiquem nas garagens ou noutro sítio qualquer, mas por favor, não incomodem.

 

Vivo numa zona sem metro, praticamente com apenas dois autocarros.

 

De um ano para o outro, instalaram nas redondezas uma universidade, um hospital, um centro-comercial e muito caos.

A minha rua transformou-se num delírio automobilistico , com as não saudosas obras do túnel das Amoreiras.

Atropelamentos sucedem-se, estacionamentos em terceira fila também.

Ninguém faz rigosamente nada. Nem sequer parar nas passadeiras.

É uma maçada, lá está. Uma grande maçada licenciar edifícios e depois ter que lidar com o facto de aqui viverem e trabalharem pessoas.