Remodelações no Governo
Apenas me apraz recordar que no futebol, tal como na vida, não se toca em equipa vencedora.
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Apenas me apraz recordar que no futebol, tal como na vida, não se toca em equipa vencedora.
Bisavós.
Um avô, uma avó, oito (ou seriam nove?) tios-avós.
Cada um desses tios-avós com pelo menos dois filhos.
Cada um desses primos, com pelo menos dois filhos e alguns desses já com outros tantos.
Quase uma centena de primos, sem contar com os ausentes.
Dá que pensar. E acima de tudo agradecer.
Juntei-me à carneirada e ataquei esta manhã (que começou à mesma hora que há um ano atrás muitos sábados acabavam - 6:00 h) com uma shopping spree no Mercadito da Carlota. Eu e outras mães, igualmente madrugadoras involuntárias, num ímpeto de fúria consumista para os pequenos. Porque, quer se queira ou não, pelo menos enquanto os rebentos não têm o dom da palavra para ousar verbalizar o que se lhes vai nas enormíssimas almas, são as mães vaidosas que ditam os seus gostos e hábitos, perpetuando pandams vestuários, nunca deixados ao acaso. Pelo menos nos primeiros anos de vida e certamente com os primeiros filhos.
A fúria era muita. Tamanhos a esgotar, vendedoras atarefadas, um calor dos ananases, tropeções em carrinhos de bebé e bebés aos tropeções. O Ritz foi a arena e para quem conseguiu comprar - o que foi o meu caso, confesso - o delírio justificou-se com os kits maravilhosos que se produzem ( e bem!) em Portugal.
A crise ficou à porta. Ou pelo menos ficou suspensa até à hora do telejornal da noite.
Os sorrisos eram muitos e o ar cheirava a prosperidade.
Por momentos a realidade foi esquecida e o arrependimento consumista adiado para o final do mês.
Não fossem os chambres, as golas com grega e os tons pastel, tudo levava a crer que viviamos na Alemanha e ganhavamos os correspondentes salários.
Dizem-me que não posso baptizar o meu filho. Que não faz sentido e que é incoerente com a minha forma de viver e estar porque não casei pela Igreja e limitei-me a firmar um contrato perante uma conservadora e quase duas centenas de familiares e amigos.
Dizem-me que isto não vale, que casamento só há um e é aquele que é celebrado por e perante Deus.
Tentam fazer-me crer que faz todo o sentido privar o meu filho de um ritual de iniciação a uma religião que poderá ou não ser sua no futuro e, essencialmente, justificam a sua opinião com dogmas que não praticam, mas em que alegadamente acreditam. Afinal somos um país maioritariamente católico e, em muitos circulos, atrevo-me a dizer que parece mal dizer que não se pertence àquela maioria.
Procuram, sem que a sua opinião lhes tenha sido pedida, explicar-me que por culpa da nossa heresia - minha e do Y. - o nosso filho não terá direito a um ritual, onde para além de ser convidado a pertencer à família de Deus, grande e misericordiosa, não poderá igualmente beneficiar de padrinhos.
Logo, por minha culpa e minha tão grande culpa, o meu filho terá que se virar sózinho, na eventualidade de algo muito mau nos acontecer e a nós lhe faltarmos. Aparentemente, só têm padrinhos os filhos daqueles que optaram por um casamento católico. Os outros, azar!
Através das opiniões que não pedi , retorno ao ponto de partida da minha pouca fé: definitivamente não é com o catolicismo que não me entendo. Não atino é com as pessoas que o advogam.
Ps. Enquanto escrevo este post o meu facebook rejubila, como nunca, com a eleição de um novo Papa, em contraposição com o silêncio sepulcral em que se viveu durante a renúncia de Bento XVI.
E a propósito do post anterior e do fantástico e exorbitante valor de 485,00€ mensais que seria "sensato" reduzir, cada dose da vacina Prevenar, destinada a prevenir a meningite, custa 75€ , sendo necessárias 4 doses.
Esta vacina foi retirada do Plano Nacional de Vacinação, não porque a meningite tenha sido erradicada em Portugal, mas apenas porque a vacina que a previne é cara.
Concretizando a sensatez abstracta,é inevitável que o estômago se retraia, não?
E quando achávamos que já nada podia piorar, que os limites da razoabilidade tinham sido alcançados, que o autismo deste Governo poderia, face à recente contestação social, sofrer leves melhorias, Passos Coelho vem dizer, com todas as letras e alto em bom som que a seu ver seria sensato reduzir o salário mínimo nacional (485€!), mas que não o fará porque este é muito baixo.
Aqui, com som e imagem, para que não se pense que é mais uma anedota.
Baby no sling, mãe na internet.
Afinal há vida para além do E! Entertainment e da gravidez da Kim Kardashian.
O instagram. Gosto tanto.
As compras na internet.
Ai as compras na internet.
Apenas peças de elevada qualidade, protagonizadas por actores fora de série, justificam que adultos se conformem com o facto de apenas as poderem disfrutar encerrados numa tenda claustrofóbica, durante mais de uma hora e muitas vezes sentados em almofadas magras, toscamente dispostas no chão, sem dó nem piedade para as costas e a postura.
Apesar de todos os anos, antes de entrar na tenda, quase cairmos na tentação de nos arrependermos da decisão de ir, a verdade é que as peças anuais do Chapitô nunca nos deixam com um sabor amargo na boca. Aliás, todos os anos saímos a suspirar e meio desapontados por termos que aguardar um ano até que possamos voltar a ser surpreendidos por mais uma peça de riqueza única, ironicamente executada num cenário frugal.
"Macbeth" foi a peça escolhida este ano e a interpretação suis generis e leve dada ao texto de Shakespeare, a meu ver, faz com que mais uma vez esta seja uma aposta vencedora.
Em exibição até 17 de Março.